domingo, 15 de junho de 2008

Um novo miolo


Tem horas na vida da gente que o vício, o prazer começam a querer comandar nossos caminhos.

E cozinheiro tem muito disso. Eu acho. Eu observo. Uns até dão o "nome" de conceito a esta "repetição" de determinadas receitas.

Minha cabeça vez por iutra se rebela com essa repetição que agente acaba até caindo na mesmice. Tem sido assim desde muitos tempos. No desenvolvimento de processos, na informatização deles e depois, na criação.

Agora, na cozinha, na oficina ou até no dia-a-dia essas crises de repetição me assustam.

Hoje foi com pão.

Já vinha um tempo "trabalhando" os mesmos conceitos: o pão "normal" e o "pão de longa fermentação". É claro que me apaixonei por estes. O sabor final é algo assim como inesquecível. É como uma viagem a minha infância quando comia pães da padaria do "seu" António "português" lá pelos lados da Botija. Um lugar que mesmo parado no tempo acabou tomando nova "Denominação de Origem Controlada"... Mas deixa pra lá. Quero guardar como era no meu tempo de cinco anos correndo pelos verdes que ainda existiam por lá ou indo ver meu tio jogar bola...

Então hoje, o alarme laranja tocou na minha cabeça. Apesar do dia lindo lá fora, resolvi me "enfurnar" na cozinha para fazer meus pães da semana.

Agora, ajudando a cuidar da Casa que o Amor Construiu minha semana ficou curta: resume-se a apenas os dois dias do final dela. Os outros dias são dedicados àquelas crianças que vêm cuidar de sua saúde aqui no Rio. Mas isso é papo para outro dia.

Me dei conta que sempre variei meus pães em cima de grãos. De processo de preparo. Ainda não havia feito a variação que também, de uma certa forma, traz o conceito de pão funcional para a mesa. É, sempre gosto de acrescentar alguma coisa que tenha a função de ajudar a saúde de quem come meus pães e não apenas o básico que apenas engorda...

Resolvi fazer de cenoura. Tão simples que até dá vergonha de dizer que ainda não havia feito deles. E foi assim, substituindo a pura água de moringa por água de cenoura que ele tomou forma e sabor...

Mais? Para que? Apenas isto e já temos um novo pão. Ideal para aquelas pessoas que nem gostam de cenoura. Fica apenas a cor e o sabor lá no fundo. Sutil. Mas a essência ali presente. É assim que gosto. Fico imaginando aqueles meninos e meninas carequinhas provando deles. Um dia dona Sonia vai permitir. Logo depois do dia de comer sanduíche para ajudar mais delas a encontrar uma acolhida nos seus dias complicados de ânsia pelo efeito colateral dos remédios que podem curá-las.

Então, apenas duas cenouras médias. Algo como 150g, descascadas e passadas pelo liquidificador para virar "água de cenoura". Depois é só seguir uma das receitas que já foram descritas por aqui.

E, este, ficou assim...

[clique sobre a imagem para ampliar]


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Um novo miolo


Tem horas na vida da gente que o vício, o prazer começam a querer comandar nossos caminhos.

E cozinheiro tem muito disso. Eu acho. Eu observo. Uns até dão o "nome" de conceito a esta "repetição" de determinadas receitas.

Minha cabeça vez por iutra se rebela com essa repetição que agente acaba até caindo na mesmice. Tem sido assim desde muitos tempos. No desenvolvimento de processos, na informatização deles e depois, na criação.

Agora, na cozinha, na oficina ou até no dia-a-dia essas crises de repetição me assustam.

Hoje foi com pão.

Já vinha um tempo "trabalhando" os mesmos conceitos: o pão "normal" e o "pão de longa fermentação". É claro que me apaixonei por estes. O sabor final é algo assim como inesquecível. É como uma viagem a minha infância quando comia pães da padaria do "seu" António "português" lá pelos lados da Botija. Um lugar que mesmo parado no tempo acabou tomando nova "Denominação de Origem Controlada"... Mas deixa pra lá. Quero guardar como era no meu tempo de cinco anos correndo pelos verdes que ainda existiam por lá ou indo ver meu tio jogar bola...

Então hoje, o alarme laranja tocou na minha cabeça. Apesar do dia lindo lá fora, resolvi me "enfurnar" na cozinha para fazer meus pães da semana.

Agora, ajudando a cuidar da Casa que o Amor Construiu minha semana ficou curta: resume-se a apenas os dois dias do final dela. Os outros dias são dedicados àquelas crianças que vêm cuidar de sua saúde aqui no Rio. Mas isso é papo para outro dia.

Me dei conta que sempre variei meus pães em cima de grãos. De processo de preparo. Ainda não havia feito a variação que também, de uma certa forma, traz o conceito de pão funcional para a mesa. É, sempre gosto de acrescentar alguma coisa que tenha a função de ajudar a saúde de quem come meus pães e não apenas o básico que apenas engorda...

Resolvi fazer de cenoura. Tão simples que até dá vergonha de dizer que ainda não havia feito deles. E foi assim, substituindo a pura água de moringa por água de cenoura que ele tomou forma e sabor...

Mais? Para que? Apenas isto e já temos um novo pão. Ideal para aquelas pessoas que nem gostam de cenoura. Fica apenas a cor e o sabor lá no fundo. Sutil. Mas a essência ali presente. É assim que gosto. Fico imaginando aqueles meninos e meninas carequinhas provando deles. Um dia dona Sonia vai permitir. Logo depois do dia de comer sanduíche para ajudar mais delas a encontrar uma acolhida nos seus dias complicados de ânsia pelo efeito colateral dos remédios que podem curá-las.

Então, apenas duas cenouras médias. Algo como 150g, descascadas e passadas pelo liquidificador para virar "água de cenoura". Depois é só seguir uma das receitas que já foram descritas por aqui.

E, este, ficou assim...

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domingo, 8 de junho de 2008

Como preparar um excelente café


Selecionar grandes cafés é apenas o primeiro passo para saborear uma magnífica xícara de café. Como moemos, preparamos e armazenamos o café é tão importante quanto escolher o café em si.

Preparar um café não é uma tarefa sem qualquer ciência ou regra. O ideal é preparar apenas para o consumo imediato e não deixar a água ferver. Outra dica é usar água filtrada para não alterar o sabor.

Quem usa coador de pano não pode descuidar da limpeza, que deve ser feita com água e não com detergentes ou alvejantes. Na hora de armazenar, use garrafas térmicas de qualidade e nunca adoce a bebida para não correr o risco de criar uma crosta de açúcar.

Proporção
Esse quesito se refere à proporção de café moído em relação à água. Recomenda-se 2 colheres de sobremesa (10g) de café moído para cada 180 ml de água. Essa proporção permite a extração correta dos vários sabores do café e produz uma xícara bastante intensa e aromática. Mantenha essas proporções consistentes, independentemente da quantidade de café que esteja fazendo. Para preparar um café um pouco mais fraco, apenas acrescente água quente a uma xícara de café preparado com a proporção acima indicada.

Moagem
A moagem do café determina quais e quanto dos vários elementos de sabores do café serão extraídos durante o processo de preparo. Uma moagem correta assegura que apenas os melhores sabores que o café tem a oferecer terminem na sua xícara. Se você moe o seu próprio grão, procure mais informações com o seu fornecedor de grãos.

Água
Uma vez que 98% de um café é basicamente água, é de suma importância que a água utilizada no preparo de um excelente café seja fresca e de sabor agradável. O ideal é que ela seja fresca, de sabor límpido e neutro, além de totalmente desprovida de impurezas. Evite usar água que contenha purificantes ou que apresentem cheiro de ferro ou enxofre. Caso a sua água potável tenha um sabor fresco e puro, é bem provável que você consiga produzir uma excelente xícara de café. Caso contrário, use simplesmente água mineral sem gás engarrafada ou água filtrada. Se você possui moringa ou filtro de barro ai está uma excelente fonte de água para o seu café!

Pureza
Pense no grão de café como se ele fosse uma hortaliça. Os inimigos do café são oxigênio, luz, calor e umidade. Uma vez aberta a embalagem e o café exposto ao ar, ele deve ficar armazenado em temperatura ambiente, em embalagem opaca e ter quase todo o ar extraído, sendo consumido em no máximo uma semana.

Degustação
À medida que você viaja nos sabores que o nosso café lhe proporciona, tente comparar e contrastar os cafés, identificando os quatro termos de prova que cada um deles oferece: aroma, acidez, corpo e sabor.

Aroma
É o cheiro que o café tem. Alguns exemplos de aroma são: de terra, de especiarias, floral, de nozes. Essas fragrâncias distintas estão diretamente ligadas ao sabor em si do café. Lembre-se de que alguns aromas são mais sutis e apresentam até um certo desafio para serem depurados por um provador novato de cafés. Mesmo assim, é importante iniciar suas degustações de café apreciando o seu aroma, já que grande parte do sabor que percebemos deriva do que conseguimos apreender com nosso olfato.

Acidez
Ao referir-se à acidez como um termo típico de experimentação de café, não se refere ao real nível de pH do café, mas aponta-se uma característica (presente ou não) em determinados cafés que é a de deixar o palato rapidamente limpo de quaisquer vestígios, após ser degustado. Você vai provar e apreender a acidez do café nas partes laterais e na ponta da língua, da mesma forma quando experimentamos a acidez de uma fruta cítrica. Cafés de acidez elevada são descritos como vívidos, adstringentes, mas com passagem rápida pela língua, sem deixar muitos vestígios. Cafés de baixa acidez são mais suaves na boca e seu paladar tende a perdurar mais.

Corpo
É a sensação de “peso” que o café deixa na língua. Ele tem gosto leve ou pronunciado na sua boca? Essa é a sensação que se tem ao compararmos leite integral com leite desnatado. Um café com corpo leve vai parecer de paladar leve na sua língua e seu sabor não perdurará por muito tempo. Em comparação, um café encorpado tem peso na sua língua, e o seu paladar permanecerá por algum tempo.

Sabor
É o paladar em si do café. Essa característica parece ficar registrada em várias partes da boca. Frutas cítricas, cacau, chocolate e frutas silvestres são apenas alguns dos sabores que você pode detectar em alguns cafés. Alguns desses sabores são de muito fácil identificação, ao passo que outros são mais sutis e menos fáceis de reconhecer.

Para obter um bom café
Agora, que você tomou um pouco de conhecimento técnico, vamos aos finalmentes...

  • Escalde utensílios como bule, garrafa térmica e outros antes de preparar seu café;
  • Utilize sempre água filtrada ou mineral. Como a água corresponde a 98% de uma xícara de café, sua pureza é fundamental para garantir o sabor. Nunca ferva o café junto com a água, isto também prejudica o sabor;
  • Um bom café é preparado com água aquecida, nunca fervente. A ebulição libera o oxigênio que acentua o teor do café;
  • Prepare sempre uma quantidade para ser consumida imediatamente ou, no máximo, em uma hora;
  • Jamais requente o café, isto altera drasticamente o sabor.
  • Evite armazenar as embalagens junto a produtos com odores intensos, como essências, gelatinas, detergentes e outros;
  • Depois de aberta, guarde a embalagem na geladeira em pote de louça, para preservar aroma e sabor;
  • Consuma o conteúdo da embalagem em uma semana. Por isto, ao comprar café, faça-o em embalagens que lhe garanta esta freqüência.

    Depois disto, é só preparar um belo de bolo de fubá e fazer a festa com a dupla!


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  • Como preparar um excelente café


    Selecionar grandes cafés é apenas o primeiro passo para saborear uma magnífica xícara de café. Como moemos, preparamos e armazenamos o café é tão importante quanto escolher o café em si.

    Preparar um café não é uma tarefa sem qualquer ciência ou regra. O ideal é preparar apenas para o consumo imediato e não deixar a água ferver. Outra dica é usar água filtrada para não alterar o sabor.

    Quem usa coador de pano não pode descuidar da limpeza, que deve ser feita com água e não com detergentes ou alvejantes. Na hora de armazenar, use garrafas térmicas de qualidade e nunca adoce a bebida para não correr o risco de criar uma crosta de açúcar.

    Proporção
    Esse quesito se refere à proporção de café moído em relação à água. Recomenda-se 2 colheres de sobremesa (10g) de café moído para cada 180 ml de água. Essa proporção permite a extração correta dos vários sabores do café e produz uma xícara bastante intensa e aromática. Mantenha essas proporções consistentes, independentemente da quantidade de café que esteja fazendo. Para preparar um café um pouco mais fraco, apenas acrescente água quente a uma xícara de café preparado com a proporção acima indicada.

    Moagem
    A moagem do café determina quais e quanto dos vários elementos de sabores do café serão extraídos durante o processo de preparo. Uma moagem correta assegura que apenas os melhores sabores que o café tem a oferecer terminem na sua xícara. Se você moe o seu próprio grão, procure mais informações com o seu fornecedor de grãos.

    Água
    Uma vez que 98% de um café é basicamente água, é de suma importância que a água utilizada no preparo de um excelente café seja fresca e de sabor agradável. O ideal é que ela seja fresca, de sabor límpido e neutro, além de totalmente desprovida de impurezas. Evite usar água que contenha purificantes ou que apresentem cheiro de ferro ou enxofre. Caso a sua água potável tenha um sabor fresco e puro, é bem provável que você consiga produzir uma excelente xícara de café. Caso contrário, use simplesmente água mineral sem gás engarrafada ou água filtrada. Se você possui moringa ou filtro de barro ai está uma excelente fonte de água para o seu café!

    Pureza
    Pense no grão de café como se ele fosse uma hortaliça. Os inimigos do café são oxigênio, luz, calor e umidade. Uma vez aberta a embalagem e o café exposto ao ar, ele deve ficar armazenado em temperatura ambiente, em embalagem opaca e ter quase todo o ar extraído, sendo consumido em no máximo uma semana.

    Degustação
    À medida que você viaja nos sabores que o nosso café lhe proporciona, tente comparar e contrastar os cafés, identificando os quatro termos de prova que cada um deles oferece: aroma, acidez, corpo e sabor.

    Aroma
    É o cheiro que o café tem. Alguns exemplos de aroma são: de terra, de especiarias, floral, de nozes. Essas fragrâncias distintas estão diretamente ligadas ao sabor em si do café. Lembre-se de que alguns aromas são mais sutis e apresentam até um certo desafio para serem depurados por um provador novato de cafés. Mesmo assim, é importante iniciar suas degustações de café apreciando o seu aroma, já que grande parte do sabor que percebemos deriva do que conseguimos apreender com nosso olfato.

    Acidez
    Ao referir-se à acidez como um termo típico de experimentação de café, não se refere ao real nível de pH do café, mas aponta-se uma característica (presente ou não) em determinados cafés que é a de deixar o palato rapidamente limpo de quaisquer vestígios, após ser degustado. Você vai provar e apreender a acidez do café nas partes laterais e na ponta da língua, da mesma forma quando experimentamos a acidez de uma fruta cítrica. Cafés de acidez elevada são descritos como vívidos, adstringentes, mas com passagem rápida pela língua, sem deixar muitos vestígios. Cafés de baixa acidez são mais suaves na boca e seu paladar tende a perdurar mais.

    Corpo
    É a sensação de “peso” que o café deixa na língua. Ele tem gosto leve ou pronunciado na sua boca? Essa é a sensação que se tem ao compararmos leite integral com leite desnatado. Um café com corpo leve vai parecer de paladar leve na sua língua e seu sabor não perdurará por muito tempo. Em comparação, um café encorpado tem peso na sua língua, e o seu paladar permanecerá por algum tempo.

    Sabor
    É o paladar em si do café. Essa característica parece ficar registrada em várias partes da boca. Frutas cítricas, cacau, chocolate e frutas silvestres são apenas alguns dos sabores que você pode detectar em alguns cafés. Alguns desses sabores são de muito fácil identificação, ao passo que outros são mais sutis e menos fáceis de reconhecer.

    Para obter um bom café
    Agora, que você tomou um pouco de conhecimento técnico, vamos aos finalmentes...

  • Escalde utensílios como bule, garrafa térmica e outros antes de preparar seu café;
  • Utilize sempre água filtrada ou mineral. Como a água corresponde a 98% de uma xícara de café, sua pureza é fundamental para garantir o sabor. Nunca ferva o café junto com a água, isto também prejudica o sabor;
  • Um bom café é preparado com água aquecida, nunca fervente. A ebulição libera o oxigênio que acentua o teor do café;
  • Prepare sempre uma quantidade para ser consumida imediatamente ou, no máximo, em uma hora;
  • Jamais requente o café, isto altera drasticamente o sabor.
  • Evite armazenar as embalagens junto a produtos com odores intensos, como essências, gelatinas, detergentes e outros;
  • Depois de aberta, guarde a embalagem na geladeira em pote de louça, para preservar aroma e sabor;
  • Consuma o conteúdo da embalagem em uma semana. Por isto, ao comprar café, faça-o em embalagens que lhe garanta esta freqüência.

    Depois disto, é só preparar um belo de bolo de fubá e fazer a festa com a dupla!


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