Naquele dia todos
acordamos tarde. Estava frio mas tão frio que todos estávamos igual
a cebolas... não dava para saber quanto de frio pois o termômetro
havia morrido de insuficiência de mercúrio.
A Jussa já começava a
cuidar do almoço e com a nossa chegada na cozinha, adultos e
crianças começaram a alvoroçar tudo ali. Ela sorria... acho que no
fundo amava aquele contraste com o silêncio dos dias de casa
vazia...
As crianças correram
pro galinheiro. Queriam pegar ovos com calor da galinha. E lá
voltaram as três, cada uma com um ovo numa das mãos. E lá se foi a
Jussa fazer fritinho na manteiga para elas enquanto o povo grande
fazia fila para aquecer o pão na chapa com manteiga... (isso seria
trabalho pra Jussa limpar...).
Enquanto esperava minha
vez, estava ali, debruçado no portãozinho de acesso ao pequeno
espaço coberto que servira pra tantas coisas. E vi um belo cacho de
bananas, quase todas amarelinhas. E algumas já com pintinhas pretas.
Admirar que nem passarinhos nem morcegos tivessem provado delas.
Fiquei quieto mas já pensando no que fazer.
Tomei meu café preto
com pão torrado na chapa e fui para a varanda onde a “baixinha”
estava de conversas com a irmã Elisa.
Cheguei pertinho e
falei pra ela: me ensina a fazer doce de bananas como você aprendeu
com sua mãe? Tem um cacho de banana pendurado lá no telhado. Acho
que Luizinho trouxe agora de manhã junto com o leite...
Elisa, curiosa
perguntou: o que vocês estão cochichando?
A “baixinha”
virou-se para a irmã e disse: fica quieta Elisa. O Carlinhos quer
aprender a fazer doce de banana como mamãe fazia pra gente...
Vocês vão arrumar
ideia. Pode ser que o Jorge tenha pedido pro Luizinho trazer pra ele
fazer...
Deixa que eu falo com o
Jorge, Elisa. Mas a gente só vai mexer nisso, de tarde, depois que
acabar de cuidar do almoço.
Eu já fui logo, como
quem não quisesse de nada, dar uma olhada na despensa para ver a
quantos andávamos de açúcar cristal... E, para minha alegria,
haviam 2 sacos de 5kg...!
Mal acabamos de
almoças, saíram Jorge e Haidée abraçados em direção à varanda
da frente da casa... e eu pensei, é agora ou nunca!
Depois de algum tempo,
a baixinho volta sorrindo e faz sinal de positivo.
Ajudamos a arrumar
todas as coisas do almoço e já separamos um saco de açúcar sobre
a mesa da cozinha, para iniciar os trabalhos.
Uma baciazinha dessas
de plástico que sempre tem nas casas da roça para entre outras
coisas bater uma broa de milho, para colocarmos as cascas.
Tirávamos aos poucos
as bananas. Cortadinhas em rodelas, tipo moedas de 100o réis, iamos
colocando elas na própria panela onde faríamos o doce.
Lá não havia balança.
Então medimos o açúvar por aproximação do volume das bananas. A
medida certa é 1/3 do volume/peso de fruta, de açúcar.
Ela despejou o açúcar
acima das rodelinhas e deu uma sacudida na panela para ele descer o
máximo que conseguisse para o fundo da panela.
Colocamos no canto da
trempe, para apenas o calor residual ir cozinhando lentamente as
rodelinhas. Ficamos ali jogando conversa fora e mantendo o fogo
esperto. Não podeira ficar só em brasas.
E a tarde foi
escorregando conforme a noite ia chegando e já era hora de cuidar do
jantar. A Jussa começõu a ajeitar as coisas com a ajuda da “tia”
Elisa. E eu e a baixinha nos revezando para olhar o doce...
Jantamos e o doce ali,
apertando a calda e transformando tudo aqui lo numa cor maravilhosa.
Pegamos alguns vidros
com tampa que pudessem lacrar o conteúdo, lavamos bem e colocamos
água gfervendo enquanto aguardávamos o grande momento!
Hora de passar da
panela para os potes. E, o mais importante, PRECISAVA SOBRAR PARA
COMERMOS!
Resolvemos encher
apenas trê potes. Um para a baixinha, um para a tia Elisa e outro
para o tio Jorge.
O resto era pra farra!
Assim fizemos.
Eu ainda sinto o sabor
desse doce. Ando com vontade de fazer mas nessa quarentena nem sei a
quantas andam as bananas...
F A C I L I D A D E S
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3 comentários:
Este doce de banana é de dar água na boca, ficou muito bonito o aspecto deve ser uma delicia obrigada!
Adoro banana e o doce nem se fala fica muito gostoso!
Achei muito interessante seu blog, encontrei bastante conteúdo sobre culinaria valiosos.
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