quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Pérolas negras



Finalmente meu presente de natal chegou ontem. Veio de longe, muito longe. Veio do deserto. Do Qatar!

E pensar em deserto no mínimo levará a se pensar em tâmaras. Seu maior símbolo, com certeza. Tão forte como os camelos e a areia. A sua imensidão bege.

Camelos só para turistas... Nas ruas apenas "fantasminhas". Uns de branco e outros de preto. Homens e mulheres são facilmente descobertos pelas cores das vestimentas. Apenas "ocidentais" vestem-se diferentes apesar de já haver começado a ocidentalização, ainda é muito forte os conceitos orientais. Que seja assim. Que se preservem costumes apesar da modernização. Que os valores culturais sejam preservados. Enfim...

Voltando ao presente...

Não acreditei ao saber de sua existência. Minhas leituras e pesquisas não haviam chegado nele. Ou nelas. Como queiram. O máximo que havia chegado fora a 89. Eis, no entanto que sou apresentado ao 99. Pureza quase absoluta.

Pureza que se estranha ao primeiro contato. Totalmente diferente da memória gustativa. E mais, por infringir a regra elementar de se aprecisar.

Já descobriu o que é? Não? olha só!

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Pois é. A pressa, a ansiedade pela espera não permitiu uma foto melhor. Mas está ai a comprovação.

Aberta a embalagem, descobre-se uma série de orientações. A mais importante e por isto violada sem dó nem piedade foi que deveria primeiro provar o 70 e depois o 85.
Mas só veio o 99... esperar mais seis meses? impossível.

Olhem só...

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Mais tensão... e os quadradinhos apareceram. Nem me importou a barra estar quebrada pelas peripércias que estiveram no seu caminho até chegar às minhas mãos. Ai, diante de meus olhos eles brilharam. Me senti como se estivesse diante de belos e bem-formados exemplares de trufa branca!

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Ali, diante de meus olhos, os quadradinhos: comer ou não comer. Eis a questão.

Comer. Era necessário comer assim, puros, sentir toda a força do cacau como ouvira tantas vezes das vozes roucas das pretas e pretos-velhos que trabalharam nas fazendas de cacau. Ali, pisando para a retirada da polpa para reluzir as castanhas que mais tarde seriam secas para num tempo futuro virar o cacau nosso de cada dia.

Cheiro intenso de cacau. Aliás, pasta de cacau, cacau em pó e manteiga de cacau.
Ao contato com a boca, a princípio o amargo do chocolate se faz muito presente. Com o tempo vai-se acostumando. Apesar de muito forte, percebe-se traços de avelãs e amêndoas.

Agora é preciso descobrir o que fazer para aproveitar estas preciosas pérolas negras. São apenas e tão somente 50 gramas. Agora menos...


7 comentários:

Gourmandisebrasil disse...

Ops...espera um pouco, quase babei em cima do teclado....
Que narrativa! Sabe, sou fã de sabores amargos, e chocolate entra nesta lista. afinal, chocolate de verdade não é tão doce qto os mais comercializados no país.
bjo,
Nina.

Anônimo disse...

nossa...q dizer depois disso? Apenas: divirta-se!!!

Danielle disse...

estou com agua na boca.... bjs dani

Anônimo disse...

Aguarde as novas experiencias do 70 e 85.bjs

Misshiva disse...

Olá
Esse chocolate tem cá um aspecto, ihih.
Uma terceirense é uma pessoa da ilha Terceira, eu sou da ilha Terceira, nos Açores, que é um arquipélago de ilhas que pertence a Portugal :)

Carlos Alberto de Lima disse...

hihihihih quem me presenteou e me deu essa possibilidade está me tentando com novas experiências...

Nádia Lamas disse...

Oi, Carlinhos! Este chocolate mereceu uma postagem especial no meu blog... depois dá uma passada lá pra ver (vieirasetrufas.blogspot.com). Bjs,