quarta-feira, 9 de abril de 2008

Abobrinhas


Ai eu resolvi continuar a busca por um novo caminho para minhas focaccias. Até que chegasse a que seria chamada de "minha".

A "massa", por assim dizer, já tenho definida. Já a repito um bom tempo e, com sucesso entre aqueles que já se deliciaram.

Como quase todos os obstinados virginianos que conheço meu padrão de satisfação é complicado de ser atingido. Olho, pesquiso, compraro, testo, jogo fora... Talvez até uma pessoa que atordoou muito minha vida com suas indiossincrasias tenha me levado a encontrar um referencial: "meu sarrafo é mais alto".

Não basta os outros ficarem satisfeitos. Eu mesmo preciso ficar. Algo muitas vezes conflitante... Mas, enfim, tem sido a motivação para a contínua busca.

E com pão isso tem se tornado uma tentativa sistematicamente repetida. Ainda vou conseguir - não sei como - aprender a fazer pães como os monges do São Bento, aqui no Rio...

Muitas vezes entro em padarias "novas" apenas para ver fórmulas (nem sempre divulgadas corretamente) e formas. às vezes compro, levo pra casa e fico ali observando, provando, mexendo, virando e perseguindo aquele resultado. Depois vem a melhora...

E, fazzer isto, longe dos equipamentos e condições ditas "industriais", na maioria das vezes requer uma persistência maior.

Afinal nem sempre repetir as conhecidas técnicas poderá lhe trazer resultados esperados.

Assim foi com esta focaccia. Apenas uma "deixa" sobre um dos componentes, ainda não usados em pão, pelo menos pelos meus: abobrinhas!

Sem outra referência a não ser o ingrediente, parti para meus testes.

Coloquei na tigela duas xícaras e meia de farinha de trigo (eu uso a Renata), três quartos de semolina de trigo duro (também Renata). Adicionei uma colher de sopa de fermento biológico seco (o granulado), uma colher de sopa de leite em pó integral. Pelos mesmos motivos que uso no ciabatta. Misturei e deixei uns cinco minutinhos para hidratar o fermento.

Ligada a batedeira, coloquei três quartos de xícara de água e o açúcar. Quando a massa começava a ter forma de massa, coloquei uma colher de chá de açúcar e meia colher de sopa de sal.

Continuei por aproximadamente 10 minutos na velocidade mais baixa. Corrigi a quantidade de água, chegando a uma xícara e meia.

No momento de finalizar com a segunda velocidade, coloquei duas colheres de sopa de azeite.

Assim que o azeite foi incorporado, desliguei a batedeira e coloquei numa superfície de trabalho enfarinhada e cobri com um pano de prato.

Ficou assim por aproximadamente 30 minutos.

Dividi a "bola" em quatro partes aproximadamente do mesmo tamanho. Fiz quatro bolas. Cobri três delas e comecei a abrir a primeira.

A idéia era ter quatro pães. Formato alongado.

Foi feito isto. E cada um dos pães colocados num tabuleiro coberto por meia hora para a primeira fase da fermentação.

Enquanto isso, cortei uma cebola em finas rodelas. Também fiz isto com as abobrinhas (comprei as mais tenras que consegui. Pequenas, verdes-escuras.).

Depois desta primeira fermentação, pincelei a superfície superior com azeite, coloquei as rodelinhas de abobrinhas e as argolinhas de cebola.

Voltou a ser cobertinha e ficou ali mais meia hora. Enquanto isso o forno ia aquecendo. E ela crescendo um pouco mais.

Coloquei o tabuleiro no forno e esperei a hora do "cheiro" se espalhasse por toda a casa... Começou a dourar (alourar para os amigos portugueses) eu tirei do forno e coloquei no bercinho.

Fiquei ali que nem enfermeira esperando eles esfriarem um pouco para provar...

A mistura da cebola com a abobrinha assim, assadas, deixou um perfume diferente. Um sabor também diferente... Gostoso. Instigante!

Vou repetir outras vezes.

Ah, ai vai a primeira foto deles.

[clique sobre a imagem para ampliar]


4 comentários:

Luciana Macêdo disse...

Fazer pão é uma arte, é preciso como você disse nas entre linhas, ser paciente e perseverante para conseguir o algo mais e parece que você encontrou o caminho.
Abraço.

Agdah disse...

HUUUUUUUMMMM. Imagino o sabor...

Maria Lina disse...

Obrigada por gostar do Conexão Paris. Gosto muito do seu blog também.
Meu marido faz o pão todos os dias.
Abraços
Maria Lina

Clarissa Magalhães disse...

Q graça seu blog!
vou provar sua receita de abobrinhas( sou péssima para fazer pães, espero q acerte nesse)