No pacote recebido das arábias existia algo que me pareceu ervilhas amarelas. Só pareciam.
Consegui encontrar, em letras minúsculas, a indicação "chanadal". Contrariando o normal, não fiz as pesquisas para saber o que exatamente eram.
O cozinheiro preferiu olhar para aqueles grãos e imaginar uma preparação. Diante do desconhecido é preciso usar analogias. Buscar o "parecido". Assim resolvi seguir o procedimento para um "purê de ervilhas".
E assim fui.
Catei os grãos tirando as impurezas visíveis. Em seguida, lavei-as. E deixei de molho com o mesmo volume de água que o de grãos. Tempo? Até que a água pudesse ser quase totalmente absorvida.
Enquanto isso, fazia cubinhos de cebolas roxas e de um dente de alho. Apenas isto.
Os cubinhos de cebola foram amolecidos e tornados transparentes em fogo brando e azeite. Em seguida, os cubinhos de alho foram adicionados para soltarem o seu perfume. Ai coloquei os grãos e refoguei-os rapidamente. Adicionei duas porções de água e mantive o fogo a meia altura. Quando começaram as bolhas, reduzi o fogo. Com uma escumadeira, retirava a espuma que se fazia até seu completo cozimento.
Peguei um pedaço de abóbora e dele fiz cubinhos quase perfeitos. Reservei.
As sardinhas já haviam sido limpas e tiveram suas espinhas dorsais retiradas. Passei azeite sobre seu âmago. Também sal e pimenta do Reino diretamente do moinho. Coloquei os cubinhos de abóbora em sua vazia barriga e levei ao forno pré-aquecido.
Quando os grãos estavam cozidos, passeio-o pelo liquidificador com um pouco da água do cozimento.
Não satisfeito com a textura, passei duas vezes por uma peneira de trama fina. Adicionei creme de leite e sal e levei ao fogo. Batendo com uma colher de pau para que a mistura ficasse o mais homogênea que meus braços permitissem.
Para montar o prato, fiz uma quenele com o purê e coloquei sobre ele duas pequenas sardinhas.
Mas eu preciso melhorar: as sardinhas precisam ser um pouco maiores de forma que não se abram.
[clique sobre a imagem para ampliar]
Depois de tudo pronto, servido e devidamente aprovado é que fui fazer a pesquisa sobre o grão. E nesta pesquisa consultei a Agdá, minha consultora para assuntos indianos, já que encontrei menção que esse grão fosse de origem indiana. Ela me respondeu "Dal é o nome dado aos grãos secos sem pele. São feijões, ervilhas e lentilhas secas sem pele. O chana é geralmente o grão-de-bico, chana dal é o grão-de-bico sem a pele e a variedade indiana(pequena) se parece com lentilhas amarelas, só que um pouco mais gordinhas. Contudo, há uma grande variedade de dals e eu já notei que até os indianos não sabem distinguir aqueles de cor amarelada. Até nas lojas, o mesmo produto é classificado de forma diferente e eu sempre me confundo. As lentilhas amarelas (thoor dal) também são chamadas de chana dal por alguns. Se vc verificar na foto desse post, verá que o que ela chama de chana é completamente diferente desse aqui. Eu recomendo esse último site como referência." Deixei os links dela para que você também fosse até lá.
Diante disso a cabeça balançou e um sorriso se aforou!
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7 comentários:
...O cozinheiro preferiu olhar para aqueles grãos e imaginar uma preparação...
Cozinheiro bom é assim, como um alquimista, olha para o ingrediente e já imagina logo o prato pronto, aroma, cores e sabores. Para nós outros, pobres mortais, resta o prazer de seguir as receitas criadas por eles.
Olá Carlinhos,
Vim retribuir a tua visita a minha Cozinha e com certeza espero que volte muitas e muitas vezes por lá.
Adorei o jeito que você "narra" a receita, incrível, gostei mesmo!
A gastronomia é uma arte e tudo que a envolve também, então és um artista e tanto.
Adorei a coragem de olhar pro desconhecido e criar! E ficou um prato muito bonito...
Kisss pra ti^^
Carlinhos, tu és um mago!!!
tudo perfeito e mega criativo!!!
Agora, que negócio confuso, e bacana também, o chana e chana dal. Para todos os gostos e opiniões!
Bjundas
A apresentação do prato está uma coisa linda...beijos
Carlos,
Obrigada pelo apoio. O negócio é um dia após o outro
Um beijo no coração
Carlinhos!!!!!!!!!!!
Viva!
Beijas!
Li
Coisa boa é ser gente fina.
Blog clean e lindo, prato de comer com os olhos e imagino a delícia que deve ser comer algo assim.
Tudo o que você faz é chique demais, mô Deus!
Beijos, sumido!
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