domingo, 27 de julho de 2008

Mentiras


A semana foi muito densa pelos aprendizados. Situações inimagináveis vieram até diante de meus sentidos. Vez por outra a voz ainda tentou falsear mas segurei firme no brete e ela pode voltar ao seu rumo normal.

Aquela realidade toda ainda não foi completamente assimilada. E tenho fé que não seja: quero continuar humano. Mas controlável.

Já consigo perceber alegria nos rostos sofridos. Um toque toque já conhecido seguido de um barulho frio como o do metal batendo no chão. Os risinhos felizes. Aprendi a improvisar para contornar situações apesar de estar escrito aqui na minha frente que este ano não improvisaria. Tem sido necessário. As descobertas das alternativas viáveis têm me levado por caminhos nem sequer sonhados.

Assim tem sido a vida nestes últimos tempos: uma daquelas caixinhas de surpresas. Mas não com o bonequinho de molas saltando todas as vezes...

Conviver com o impensado. Descobrir forças onde não imaginava ter. Suportar palavras que tenho certeza não mereço e que em outras vezes seriam motivos de explosão. Agora o silêncio...

E assim tem sido. Até que naquele dia, numa das inúmeras voltas não sei de onde para a mesa que temporariamente habito, passei por uma pseudo-cozinha e senti um cheirinho de lanche da tarde dos tempos de infância. Coloquei minha cabeça lá dentro e não é que aqueles corpos que tanto têm suportado adversidades estavam ali, sorrindo, e preparando mentiras para todos.

É claro que a pergunta saiu sem que eu pudesse me calar, como convém em tantas de outras vezes nesta mesma situação: a intimidade delas. Meu espírito não se conteve e colocou em minha boca "o que sai dai tão cheiroso?". Mentiras foi a resposta.

Mas como mentiras? Ali sobre a espremida mesa de trabalho que em nada se parecia com as "praças" às quais me habituei nessas cozinhas habitadas mesmo que temporariamente, uma mesa enfarinhada e um tanto de massa esperando a vez. A outra, já sendo "aberta" com a ajuda de um rolo.

No "duas-bocas" elétrico, uma panelinha com óleo esperava a hora de receber as mentiras. Afinal, tem horas que uma mentira merece tomar um calorzão para quem sabe, poder virar verdade. Ou desistir.

E não é que eu recebi uma mentira para aprender a conviver com ela? Na minha cabeça, um "bolinho de chuva". De longe, muito melhor que as imperfeições que vi prontas para comer, envergonhado daquilo. A massa me pareceu mais encorpada pois podia ser trabalhada nessa superfície, diferente da de chuva.

Quem sabe um temporal? Um temporal de alegria, de superação, de aceitação, de persistência... Mães, vocês são aquilo que Deus colocou aqui neste planeta para mostrar a cada um de nós o que é tudo isto: viver!

Olhando de esguelha cada uma delas, brincando por momentos-relâmpagos, ouvindo mais atentamente noutros momentos, cada uma delas, ali, fazem parte de minha vida. Na realidade elas são o motivo de todos nós estarmos ali, na mesma casa.

Cedo saio. O frescor da manhã e a companhia daqueles a quem quero muito, aproveito para o exercício físico, meio que descompromissado de agitações, sigo ouvindo minhas músicas, conversando comigo ou com quer me ouvir. Ou gosta. Ou precisa.

Chego cedo e saio tarde. Sem compromisso em seguir horários. Um único: viver aquilo que eu acreditava ser mentiras. Mas são verdades. Muitas vezes tão profundas que nos recusamos a acreditar. Ou preferimos ignorá-las.

Assim, dois ovos, gemas peneiradas, foram mexidos com o garfo até quase serem uma coisa só. Duas colheres de óleo vegetal vieram se meter, se misturar, dar palpite na vida dos ovos. E as duas xícaras de açúcar vocês acham que ficaram de fora? Nada disso: engrossaram os ovos. Um quarto de xícara de água morna também foi ali pro bloco. Olhei pra eles, ali assim meio moles como cansados, misturei uma colher de chá de essência de baunilha e, depois, coloquei devagar, devagarinho duas e meia xícaras de farinha de trigo misturadas com meia colher de sopa de "pó real". Ficou uma massa maleável, mas trabalhável.

Coloquei numa superfície enfarinhada e abri com a ajuda do meu fiel companheiro "cano plástico". Cortei tiras mais ou menos uniformes. Hoje não havia o compromisso com a padronização rígida a que me habituei nestes últimos tempos. Fiz rolinhos longos e cortei pedaços de aproximadamente cinco dedos entreabertos. Fixei as pontas, fazendo uma argola. Cada uma delas foram fritas em gordura vegetal até que ficassem douradas. Apenas isto: douradas.

Juntei uma colher de sobremesa de cacau em pó a duas colheres de sobremesa de açúcar refinado. Não queria misturar muitos sabores. Apenas dar um sabor diferente ao açúcar. Depois de fritos ficaram descansando em uma peneira para secar. Depois, peneirei o açúcar com cacau e misturei bem. Assim, uma fina camada de cacau, adocicada envolver os bolinhos de mentira.

Quando o pessoal descobriu quase todos foram embora. Mas ainda tive tempo de registrar para vocês o rostinho deles.

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Mentiras


A semana foi muito densa pelos aprendizados. Situações inimagináveis vieram até diante de meus sentidos. Vez por outra a voz ainda tentou falsear mas segurei firme no brete e ela pode voltar ao seu rumo normal.

Aquela realidade toda ainda não foi completamente assimilada. E tenho fé que não seja: quero continuar humano. Mas controlável.

Já consigo perceber alegria nos rostos sofridos. Um toque toque já conhecido seguido de um barulho frio como o do metal batendo no chão. Os risinhos felizes. Aprendi a improvisar para contornar situações apesar de estar escrito aqui na minha frente que este ano não improvisaria. Tem sido necessário. As descobertas das alternativas viáveis têm me levado por caminhos nem sequer sonhados.

Assim tem sido a vida nestes últimos tempos: uma daquelas caixinhas de surpresas. Mas não com o bonequinho de molas saltando todas as vezes...

Conviver com o impensado. Descobrir forças onde não imaginava ter. Suportar palavras que tenho certeza não mereço e que em outras vezes seriam motivos de explosão. Agora o silêncio...

E assim tem sido. Até que naquele dia, numa das inúmeras voltas não sei de onde para a mesa que temporariamente habito, passei por uma pseudo-cozinha e senti um cheirinho de lanche da tarde dos tempos de infância. Coloquei minha cabeça lá dentro e não é que aqueles corpos que tanto têm suportado adversidades estavam ali, sorrindo, e preparando mentiras para todos.

É claro que a pergunta saiu sem que eu pudesse me calar, como convém em tantas de outras vezes nesta mesma situação: a intimidade delas. Meu espírito não se conteve e colocou em minha boca "o que sai dai tão cheiroso?". Mentiras foi a resposta.

Mas como mentiras? Ali sobre a espremida mesa de trabalho que em nada se parecia com as "praças" às quais me habituei nessas cozinhas habitadas mesmo que temporariamente, uma mesa enfarinhada e um tanto de massa esperando a vez. A outra, já sendo "aberta" com a ajuda de um rolo.

No "duas-bocas" elétrico, uma panelinha com óleo esperava a hora de receber as mentiras. Afinal, tem horas que uma mentira merece tomar um calorzão para quem sabe, poder virar verdade. Ou desistir.

E não é que eu recebi uma mentira para aprender a conviver com ela? Na minha cabeça, um "bolinho de chuva". De longe, muito melhor que as imperfeições que vi prontas para comer, envergonhado daquilo. A massa me pareceu mais encorpada pois podia ser trabalhada nessa superfície, diferente da de chuva.

Quem sabe um temporal? Um temporal de alegria, de superação, de aceitação, de persistência... Mães, vocês são aquilo que Deus colocou aqui neste planeta para mostrar a cada um de nós o que é tudo isto: viver!

Olhando de esguelha cada uma delas, brincando por momentos-relâmpagos, ouvindo mais atentamente noutros momentos, cada uma delas, ali, fazem parte de minha vida. Na realidade elas são o motivo de todos nós estarmos ali, na mesma casa.

Cedo saio. O frescor da manhã e a companhia daqueles a quem quero muito, aproveito para o exercício físico, meio que descompromissado de agitações, sigo ouvindo minhas músicas, conversando comigo ou com quer me ouvir. Ou gosta. Ou precisa.

Chego cedo e saio tarde. Sem compromisso em seguir horários. Um único: viver aquilo que eu acreditava ser mentiras. Mas são verdades. Muitas vezes tão profundas que nos recusamos a acreditar. Ou preferimos ignorá-las.

Assim, dois ovos, gemas peneiradas, foram mexidos com o garfo até quase serem uma coisa só. Duas colheres de óleo vegetal vieram se meter, se misturar, dar palpite na vida dos ovos. E as duas xícaras de açúcar vocês acham que ficaram de fora? Nada disso: engrossaram os ovos. Um quarto de xícara de água morna também foi ali pro bloco. Olhei pra eles, ali assim meio moles como cansados, misturei uma colher de chá de essência de baunilha e, depois, coloquei devagar, devagarinho duas e meia xícaras de farinha de trigo misturadas com meia colher de sopa de "pó real". Ficou uma massa maleável, mas trabalhável.

Coloquei numa superfície enfarinhada e abri com a ajuda do meu fiel companheiro "cano plástico". Cortei tiras mais ou menos uniformes. Hoje não havia o compromisso com a padronização rígida a que me habituei nestes últimos tempos. Fiz rolinhos longos e cortei pedaços de aproximadamente cinco dedos entreabertos. Fixei as pontas, fazendo uma argola. Cada uma delas foram fritas em gordura vegetal até que ficassem douradas. Apenas isto: douradas.

Juntei uma colher de sobremesa de cacau em pó a duas colheres de sobremesa de açúcar refinado. Não queria misturar muitos sabores. Apenas dar um sabor diferente ao açúcar. Depois de fritos ficaram descansando em uma peneira para secar. Depois, peneirei o açúcar com cacau e misturei bem. Assim, uma fina camada de cacau, adocicada envolver os bolinhos de mentira.

Quando o pessoal descobriu quase todos foram embora. Mas ainda tive tempo de registrar para vocês o rostinho deles.

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domingo, 20 de julho de 2008

Simples assim...


Depois de ter passado por algumas cozinhas que me deixaram umas fascinado, outras sem vontade de sair delas, outras de franco início de tudo, agora frequento uma cozinha-desafio.

Desafio não só de desenvolver comidas mas de administrar pessoas, matérias-primas, egos, conceitos, rebeldias etc Enfim, uma brigada cheia de vícios e com pouca vontade de aprender aquelas coisas que arrepiam qualquer um: mudanças.

Assim, procurando conquistar tenho trilhado este caminho a despeito de algumas opiniões contraditórias.

Não posso passar ali todo o tempo que gostaria, que seria necessário. Então os resultados demorarão a vir. Mas tenho certeza que virão.

Outra "novidade" é conviver com a diversidade provocada pelas "doações" daquelas almas benditas que ajudam a manter aquele projeto de pé. Não o suficiente: você também pode ajudar. Veja como, aqui.

Bem, é preciso descobrir novas combinações, novas funcionalidades e sempre inovar. Não há o conceito de cardápio da estação. Apenas mini conceitos já sendo lentamente implementados como a quarta-nobre. Sim esse foi o dia da semana que eu escolhi para ir começando a testar algumas mudanças que lá na frente estarão no cardápio. Assim foi com a surpreendente "farofinha de abóbora". Nunca pensada por aqueles que por lá gravitam. Não imaginável essa mistura "surreal". Mas ela chegou para ficar. Não todas as semanas mas surgindo assim como quem não quer nada.

Aqui na minha cozinha-oficina pude retomar as pesquisas, testes ou qualquer outro nome. Agora, com a motivação de descobrir preparações que possam ser levadas para a "casa dos carequinhas", adoráveis crianças que a cada contato me ensinam mais sobre viver. E eu achei todos esses anos que eu sabia alguma coisa sobre vida...

Hoje acho que posso apresentar uma idéia desenvolvida aqui baseada nos conceitos de: não esfarelar, ser macio, ser saboroso e apresentar algum sabor adicional.

Assim, ao invés do achocolatado usei o melhor cacau que o meu dinheiro pode comprar. Comprei, aqui na quitanda, o cacau orgânico produzido na mata atlântica. Mas... nem todos poderão usá-lo. Então sugiro que usem o do padre ou o do menino. Duas boas opções.

O processo também inclui modificação conceitual: usei liquidificador. Assim, facilita aquela brigada enxuta que temos lá.

Mais mexida? A gordura usada: azeite extravirgem. Também testei com óleo vegetal. Só muda o sabor final dos mais sensíveis.

Assim, coloquei no copo do liquidificador meia xícara de gordura líquida, 3 ovos, meia xícara de leite, uma e meia xícara de trigo, meia xícara de cacau, 1 colher de sopa de fermento químico, três quartos de xícara de açúcar e uma pitada de três dedos, de sal.

Tudo isso batido muito foi colocado num berço untado e polvilhado com trigo. O berço foi batido de encontro à superfície de trabalho para ocupar todo o espaço.

O quarto já tinha sido aquecido a 180 graus. Pude então colocar a criancinha pra dormir um soninho gostoso. Acordei ela quando estava sequinha e formosa.

Enquanto esfriava, peguei uma caçarolinha e misturei 1 colher se sopa de cacau, 2 colheres de sopa de açúcar e 2 colheres de sopa de manteiga com sal. Aquecida e homogeneizada foi espalhada com a bundinha de uma colher sobre a criancinha.

Ficaram ali, voltando à temperatura ambiente.

Na hora de servir, uma graça: açúcar peneirado.

Olha só a primeira foto dela:

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Então, fico por aqui. Mas volto, com certeza!

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Simples assim...


Depois de ter passado por algumas cozinhas que me deixaram umas fascinado, outras sem vontade de sair delas, outras de franco início de tudo, agora frequento uma cozinha-desafio.

Desafio não só de desenvolver comidas mas de administrar pessoas, matérias-primas, egos, conceitos, rebeldias etc Enfim, uma brigada cheia de vícios e com pouca vontade de aprender aquelas coisas que arrepiam qualquer um: mudanças.

Assim, procurando conquistar tenho trilhado este caminho a despeito de algumas opiniões contraditórias.

Não posso passar ali todo o tempo que gostaria, que seria necessário. Então os resultados demorarão a vir. Mas tenho certeza que virão.

Outra "novidade" é conviver com a diversidade provocada pelas "doações" daquelas almas benditas que ajudam a manter aquele projeto de pé. Não o suficiente: você também pode ajudar. Veja como, aqui.

Bem, é preciso descobrir novas combinações, novas funcionalidades e sempre inovar. Não há o conceito de cardápio da estação. Apenas mini conceitos já sendo lentamente implementados como a quarta-nobre. Sim esse foi o dia da semana que eu escolhi para ir começando a testar algumas mudanças que lá na frente estarão no cardápio. Assim foi com a surpreendente "farofinha de abóbora". Nunca pensada por aqueles que por lá gravitam. Não imaginável essa mistura "surreal". Mas ela chegou para ficar. Não todas as semanas mas surgindo assim como quem não quer nada.

Aqui na minha cozinha-oficina pude retomar as pesquisas, testes ou qualquer outro nome. Agora, com a motivação de descobrir preparações que possam ser levadas para a "casa dos carequinhas", adoráveis crianças que a cada contato me ensinam mais sobre viver. E eu achei todos esses anos que eu sabia alguma coisa sobre vida...

Hoje acho que posso apresentar uma idéia desenvolvida aqui baseada nos conceitos de: não esfarelar, ser macio, ser saboroso e apresentar algum sabor adicional.

Assim, ao invés do achocolatado usei o melhor cacau que o meu dinheiro pode comprar. Comprei, aqui na quitanda, o cacau orgânico produzido na mata atlântica. Mas... nem todos poderão usá-lo. Então sugiro que usem o do padre ou o do menino. Duas boas opções.

O processo também inclui modificação conceitual: usei liquidificador. Assim, facilita aquela brigada enxuta que temos lá.

Mais mexida? A gordura usada: azeite extravirgem. Também testei com óleo vegetal. Só muda o sabor final dos mais sensíveis.

Assim, coloquei no copo do liquidificador meia xícara de gordura líquida, 3 ovos, meia xícara de leite, uma e meia xícara de trigo, meia xícara de cacau, 1 colher de sopa de fermento químico, três quartos de xícara de açúcar e uma pitada de três dedos, de sal.

Tudo isso batido muito foi colocado num berço untado e polvilhado com trigo. O berço foi batido de encontro à superfície de trabalho para ocupar todo o espaço.

O quarto já tinha sido aquecido a 180 graus. Pude então colocar a criancinha pra dormir um soninho gostoso. Acordei ela quando estava sequinha e formosa.

Enquanto esfriava, peguei uma caçarolinha e misturei 1 colher se sopa de cacau, 2 colheres de sopa de açúcar e 2 colheres de sopa de manteiga com sal. Aquecida e homogeneizada foi espalhada com a bundinha de uma colher sobre a criancinha.

Ficaram ali, voltando à temperatura ambiente.

Na hora de servir, uma graça: açúcar peneirado.

Olha só a primeira foto dela:

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Então, fico por aqui. Mas volto, com certeza!

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sexta-feira, 4 de julho de 2008

Pão careca


Me dei conta que desde 15 de junho não escrevo aqui.

Alguns escreveram e eu pude fazer um rápido "comment" sobre o que aconteceu. Mas hoje vou mais além nisto tudo.

Já fazia um tempo que conheci esta Casa. Uma Casa que o amor construiu. Num domingo chuvoso, estava eu chegando naquela rua quase vazia para entrar naquela Casa com brinquedos que minhas filhas haviam separado para eu levar para as crianças de lá.


Cheguei lá pelo pedido de minha filha "mais velha". Estudava numa escola em que a diretora era voluntária nesta Casa.

Neste domingo, conheci ela por dentro. Caminhei pelos seus quatro cantos. Me mostraram até as "câmaras frias". Uma para congelados e outra para hortifrutis.

Perto dela, da cozinha, uma pequena oficina onde um humilde servo do Senhor executava ora mais lentamente do que os outros esperavam o trabalho de manter em ordem a partes hidráulica e elétrica das instalações.


Nesta mesma casa um elevador que hoje os responsáveis pela sua manutenção insistem em não colocá-los para funcionar deixando que aquelas crianças, umas de muletas (por impossibilidade ou por amputação) precisam ser carregadas pelo colo dos voluntários que dedicam seu tempo e seu amor ao próximo, me levou a conhecer uma sala onde os voluntários se reunem para tomar conhecimento das rotinas do seu plantão.

Um mesmo andar onde tive meu primeiro impacto emocional que acabou por, tempos mais tarde me afastar da Casa por entender que não poderia ser daquela forma. Foi ali naquele segundo andar que conheci um paraense em tratamento. Hoje ele já foi embora, deixando uma imensa saudade.

Conheci o que viria a ser uma graciosa sala onde os pequeninos poderiam exercitar ludicamente sua mente muitas vezes afetadas pelo desenvolvimento da doença.

Percorri alguns outros lugares.

Me envolvi com aquelas crianças. Voltei outras vezes antes de me afastar para cuidar do meu emocional.

Voltei. Voltei de uma forma que eu achava que poderia voltar: cuidando da reformulação do site deles. Me dediquei um bom tempo a isto. Fazia à distância, mas meu coração estava lá dentro, pulsando junto com cada uma delas.

Ainda não era minha "hora"! Era preciso respeitar o tempo.

Rodei por outras terras. Fiz tantas outras coisas. Deixei de fazer muitas mais.

Me desviei para a gastronomia. Povoei meu espírito com esperanças e desejos. Sonhos. Projetos de vida e de futuro.

Andei por cozinhas inimagináveis. Conheci gente de branco que hoje fazem parte da minha galeria de idolos. Homens e mulheres, sem preconceito.

Voltei.

A vida me colocou de novo dentro daquela Casa. Minha caminhada me levou de volta. Talvez necessariamente. Talvez para poder um dia transformar alguns de meus sonhos em realidades.

Chegou o momento de começar a dividir os conhecimentos com aqueles que precisam. Chegou o momento de devolver aquilo que recebi como presente: amor, carinho.

A porta foi aberta e uma luz me chamou. Não poderia recusar este chamado. Um anjo que hoje usa óculos estendeu-me a mão. Falou coisas doces ao meu ouvido. Segredos que só nós dois sabemos.

Voltei.

Em princípio o susto ainda não passou: a vida está de ponta-cabeça como dizem os paulistas.

Os desafios são imensos. Mas tenho certeza que não desapontarei aqueles que acreditam em mim. Vou superar minhas limitações porque o amor é maior. A vontade de acertar é grande.

E aquela luz está diante de meus olhos todos os dias.

Mas e o pão careca do título?

Sim, ele faz parte de um dos sonhos que falei ai em cima.

Em breve (certamente já em setembro) estarei materializando ele. Dedicar uma tarde por semana ou por mês para meu "plantão" de voluntário.

Neste plantão estarei passando para as acompanhantes das crianças e adolescentes que são acolhidas nesta Casa o que aprendi sobre pães. Minha primeira missão é levar a elas a possibilidade de terem em casa o "pão nosso de cada dia".

Quero ensinar a elas a fazer fermento. A longa fermentação... Quem sabe até consiga a doação de um forno adequado para isto?

Bem, mas por enquanto o foco até o dia 30 de agosto é um só: ajudar a vender mais de 210 mil BIGMACs no Rio de Janeiro.

Temos uma obra a começar. A expansão desta Casa para abrigar mais crianças que o "Estado" não consegue dar uma adequada assistência.

Por isto a convocação para que os cariocas que por aqui passem nos ajudem a isto. Precisamos de voluntários para nos ajudar nesta missão. Precisamos de pessoas (de todas as idades, credos, raças...) para nos ajudar a superar esta meta. Gente que possa estar nas lojas do McDonald's neste dia 30 de agosto.

Mesmo que minha linha gastronômica seja de longe outra "praia", estarei trabalhando para ajudar estas crianças e adolescentes.

Minha convicção saberá dividir estas coisas. Por isso peço que comprem ANTECIPADAMENTE tíquetes que poderão ser trocados pelo sanduíche no dia 30 de agosto sem atropelos. Ou, pelo menos, sem outra fila...

Conheçam o site de lá. Escrevam para nós.

Conto com cada um de vocês.

Os de São Paulo também podem se engajar nesta tarefa.

Vou estar falando disto aqui neste espaço democrático e especial.


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Pão careca


Me dei conta que desde 15 de junho não escrevo aqui.

Alguns escreveram e eu pude fazer um rápido "comment" sobre o que aconteceu. Mas hoje vou mais além nisto tudo.

Já fazia um tempo que conheci esta Casa. Uma Casa que o amor construiu. Num domingo chuvoso, estava eu chegando naquela rua quase vazia para entrar naquela Casa com brinquedos que minhas filhas haviam separado para eu levar para as crianças de lá.


Cheguei lá pelo pedido de minha filha "mais velha". Estudava numa escola em que a diretora era voluntária nesta Casa.

Neste domingo, conheci ela por dentro. Caminhei pelos seus quatro cantos. Me mostraram até as "câmaras frias". Uma para congelados e outra para hortifrutis.

Perto dela, da cozinha, uma pequena oficina onde um humilde servo do Senhor executava ora mais lentamente do que os outros esperavam o trabalho de manter em ordem a partes hidráulica e elétrica das instalações.


Nesta mesma casa um elevador que hoje os responsáveis pela sua manutenção insistem em não colocá-los para funcionar deixando que aquelas crianças, umas de muletas (por impossibilidade ou por amputação) precisam ser carregadas pelo colo dos voluntários que dedicam seu tempo e seu amor ao próximo, me levou a conhecer uma sala onde os voluntários se reunem para tomar conhecimento das rotinas do seu plantão.

Um mesmo andar onde tive meu primeiro impacto emocional que acabou por, tempos mais tarde me afastar da Casa por entender que não poderia ser daquela forma. Foi ali naquele segundo andar que conheci um paraense em tratamento. Hoje ele já foi embora, deixando uma imensa saudade.

Conheci o que viria a ser uma graciosa sala onde os pequeninos poderiam exercitar ludicamente sua mente muitas vezes afetadas pelo desenvolvimento da doença.

Percorri alguns outros lugares.

Me envolvi com aquelas crianças. Voltei outras vezes antes de me afastar para cuidar do meu emocional.

Voltei. Voltei de uma forma que eu achava que poderia voltar: cuidando da reformulação do site deles. Me dediquei um bom tempo a isto. Fazia à distância, mas meu coração estava lá dentro, pulsando junto com cada uma delas.

Ainda não era minha "hora"! Era preciso respeitar o tempo.

Rodei por outras terras. Fiz tantas outras coisas. Deixei de fazer muitas mais.

Me desviei para a gastronomia. Povoei meu espírito com esperanças e desejos. Sonhos. Projetos de vida e de futuro.

Andei por cozinhas inimagináveis. Conheci gente de branco que hoje fazem parte da minha galeria de idolos. Homens e mulheres, sem preconceito.

Voltei.

A vida me colocou de novo dentro daquela Casa. Minha caminhada me levou de volta. Talvez necessariamente. Talvez para poder um dia transformar alguns de meus sonhos em realidades.

Chegou o momento de começar a dividir os conhecimentos com aqueles que precisam. Chegou o momento de devolver aquilo que recebi como presente: amor, carinho.

A porta foi aberta e uma luz me chamou. Não poderia recusar este chamado. Um anjo que hoje usa óculos estendeu-me a mão. Falou coisas doces ao meu ouvido. Segredos que só nós dois sabemos.

Voltei.

Em princípio o susto ainda não passou: a vida está de ponta-cabeça como dizem os paulistas.

Os desafios são imensos. Mas tenho certeza que não desapontarei aqueles que acreditam em mim. Vou superar minhas limitações porque o amor é maior. A vontade de acertar é grande.

E aquela luz está diante de meus olhos todos os dias.

Mas e o pão careca do título?

Sim, ele faz parte de um dos sonhos que falei ai em cima.

Em breve (certamente já em setembro) estarei materializando ele. Dedicar uma tarde por semana ou por mês para meu "plantão" de voluntário.

Neste plantão estarei passando para as acompanhantes das crianças e adolescentes que são acolhidas nesta Casa o que aprendi sobre pães. Minha primeira missão é levar a elas a possibilidade de terem em casa o "pão nosso de cada dia".

Quero ensinar a elas a fazer fermento. A longa fermentação... Quem sabe até consiga a doação de um forno adequado para isto?

Bem, mas por enquanto o foco até o dia 30 de agosto é um só: ajudar a vender mais de 210 mil BIGMACs no Rio de Janeiro.

Temos uma obra a começar. A expansão desta Casa para abrigar mais crianças que o "Estado" não consegue dar uma adequada assistência.

Por isto a convocação para que os cariocas que por aqui passem nos ajudem a isto. Precisamos de voluntários para nos ajudar nesta missão. Precisamos de pessoas (de todas as idades, credos, raças...) para nos ajudar a superar esta meta. Gente que possa estar nas lojas do McDonald's neste dia 30 de agosto.

Mesmo que minha linha gastronômica seja de longe outra "praia", estarei trabalhando para ajudar estas crianças e adolescentes.

Minha convicção saberá dividir estas coisas. Por isso peço que comprem ANTECIPADAMENTE tíquetes que poderão ser trocados pelo sanduíche no dia 30 de agosto sem atropelos. Ou, pelo menos, sem outra fila...

Conheçam o site de lá. Escrevam para nós.

Conto com cada um de vocês.

Os de São Paulo também podem se engajar nesta tarefa.

Vou estar falando disto aqui neste espaço democrático e especial.


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