segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Aprendendo com as abóboras

Recentemente, por conta dos carequinhas acabei descobrindo uma coisa que carregava errada na minha cabeça desde muito tempo.

Precisava especificar produtos agrícolas para fazer pedidos por email ou telefone. O fornecedor que encontrei não era adequado aos meus princípios e, por conta dos preços mais baixos que cobrava, dava-se ao direito de entregar produtos com qualidade duvidosa, o que em muitas vezes levava a um custo maior por conta das perdas. Mas ensinar a diferença entre preço e custo para quem não está acostumado, é tarefa para outros. Eu já deixei de fazer isto.

Mas a grande descoberta ficou por conta de abóboras! Isto mesmo!

Durante todos estes anos que vivi comprava "abóbora baiana". E o dito fornecedor me entregou outra abóbora que não era a que eu queria. Por conta disto, já que ele afirmava que estava correto, fui consultar o todo poderoso. E uma nutricionista de um fornecedor que conheço. Para ela perguntei: que abóbora é aquela que vocês vendem na loja de vocês? A resposta simples veio me confundir mais ainda: "Madura".

Pois olha que eu devolvi o email, dessa vez procurando ser mais inteligente. Ou mais específico. Sei lá: Mas qual é a "variedade" dela?

Ai o choque: sergipana. Mas nós comercializamos como "madura". Ora, se era sergipana porque não lhe dar o "nome" certo? Bem, mas isto fica por conta deles: não me pertence!

Eis que neste sábado, fazendo minhas compras e pesquisas na feira-livre (existe feira-presa?) que frequento já fazem quase trintanos, dei de cara com meu amigo vendedor das abóboras que tanto gosto.

- Meu amigo, recentemente tive uma descoberta e tanto! Descobri que esta abóbora (apontando para ela) é sergipana e não baiana!

Ele sorriu e ai começou o teste: e essa aqui, qual é? E foi apontando para todas elas. Eu só acertei a Kabosha. As outras me derrubaram!

E ai foi a vez dele bataer com o martelo na minha cabeça: e sabes mais? A melhor abóbora sergipana é a produzida no Maranhão!!!!!!!!!!!!!!!!!

Êita Brasilzão da peste! Durma-se com uma abóbora destas...

Bem, comprei um bom pedaço duma que ele fêz questão de abrir. Sentir aquele perfume numa manhã nublada foi revigorar minhas forças.

Na mesma hora pensei em duas, três coisas pra fazer. Primeiro um ravióli, depois um bom purê com carne seca des-fi-a-da... e por fim um pão.

E eu ainda não havia feito pão de abóbora! Inacreditável.

E lá fui eu perfumá-la e dar-lhe uma untuosidade (já disse que gosto desta palavra, não?) derramando uma bela porção de azeite. Uns raminhos de alecrim e tomilho, uma bela polvilhada de sal grosso (mas nem tanto), um papel alumínio e já pro forno.

Queria ela mais doce ainda. E foi na casinha laranja a beira do canal que eu aprendi que a melhor forma é fazê-la no forno baixiiiiiiinho.

Esqueci o tempo que ela ficou lá dentro.

Enquanto isso, preparei uma "biga": uma xícara de trigo, meia xícara de água e 1 colherinha rasa de chá de fermento seco. Quatro horas e meia se passaram até que fui peneirar a polpa da abóbora. Duas vezes para tirar a possibilidade de algo não ficar igual.

Coloquei na batedeira duas xícaras de trigo, duas colheres de sobremesa de azeite, dez gramas de sal, cinco de açúcar, a biga e aproximadamente 400g de creme de abóbora. Água apenas para chegar ao "ponto".

Bati calmamente os 13 minutos. Cobri a bola num "cobertorzinho" e deixei ela dormir por mais ou menos quatro horas. Estava reluzente quando abaixei ela para poder dividir e modelar. Fiz três formatos diferentes para avaliar as aparências.

Mas, voltando a elas, olha o que achei no site do Pesagro-Rio:"O final da colheita nos Estados do Maranhão, Goiás e Bahia da abóbora sergipana com sua menor oferta influencia o aumento da cotação da abóbora baiana, face à semelhança que apresentam. Em Julho só os Estados de Sergipe e Tocantins ofertaram a abóbora sergipana."

Enfim, aproveitem!

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2 comentários:

Anônimo disse...

Carlinhosssssssssss!!!!!!!!!!!
Lindos, lindos, lindos os teus pães!!!!!!!!
O nº 2 parece uma carteira chic !!!!!
Me empresta preu dar uma volta por aí???????
Beijas!!!!!!!
Li

Sonia disse...

Oi Carlos,
Este pão eu gostaria de provar. nunca tinha ouvido falar de pão de abóbora, ainda mais sendo baiana de Sergipe cultivada no Maranhão e vendida no Rio, enfim uma abóbora de fazer inveja!!
Bjs