domingo, 14 de setembro de 2008

Argentinos: uns nus e outros cobertos


Nesta semana que acaba, nas minhas andanças pela web, fui visitar minha amiga Nina Moori em seu Gourmandise. E mais, a Fátima, minha colega de trabalho que virou amiga já até havia me pedido uma receita. A que lhe mandei, na época, certamente perde para esta...

Lá, no meio de tantas delícias e aprendizados estava, meio dilacerado por dentes insaciáceis, em belo exemplar de um alfajor portenho.

E, com isto, fui obrigado a fazer uma roubalheira na fila de espera de novos exercícios na oficina. Além disso o problema se agrava por ser algo da família doa açúcares de cana, o que de uma certa forma devo manter o mais longe possível de meu organismo. Nada que seja apenas politicamente correto ou modista: recomendações médicas.

Já havia feito pesquisas procurando alguma equilibrada receita e que ao olhá-la sentisse um profundo "amor à primeira vista". Ainda não havia chegado ao amor procurado.

Depois desta visita, os deuses conspiraram a meu favor e encontrei num site argentino o que não esperada: uma receita que me pareceu coerente.

E esta foi a eleita até porque tinha o ar dos hermanos. E, um processo já meu conhecido de algum tempo para seu preparo.

De manteiga pomada (manteiga em temperatura ambiente, talcomo uma pomada, para os não iniciados), 100g são suficientes. Junte 3/4 de xícara de açúcar peneirado (sempre é bom para evitar surpresas). Misture vigorosamente com a ajuda de uma espátula de silicone (os mais modernos) ou uma colher de madeira (os mais conservadores) até que se forme um creme esbranquiçado.

Adicione um ovo inteiro e sem a casca e mais a gema de outro. Eu peneiro. Fica a seu critério fazer isto. O resultado, no entanto, será bastante diferente. Bata, novamente com vigor, para que a mistura se torne homogênea. Agregue duas colherinhas de café de um excelente extrato de baunilha.

Agora chega a hora de colocar os secos que foram misturados separadamente depois de peneirados: uma xícara da melhor farinha de trigo que o seu dinheiro puder comprar (ou você achar onde mora), uma xícara de Maizena (pode usar o amido de milho de sua preferência) e duas colheres de "pó Royal" (fermento químico). Esta adição deve ser feita aos poucos para tornar o resultado homogêneo.

Dependendo dos "secos" que você usar, estas medidas podem variar e, com isto ou sobrar ou faltar um pouquinho...

Peneire uma quantidade suficiente para que a massa fique solta em um saco plástico e leve ao seu refrigerador preferido por pelo menos 12 horas.

Depois desse tempo, abra porções sobre uma superfície enfarinhada em altura compatível com seu gosto. Usando um aro de cinco centímetros corte discos da massa e coloque em um tabuleiro forrado com silpat, papel vegetal ou papel manteiga.

Leve ao forno baixo (180ºC), pré-aquecido, até que comece a dourar nas bordas de baixo.

Retire e coloque sobre uma grelha para esfriar.

Bem, aqui era necessário experimentar o recheio que estava no alfajor que a Nina postou. Então fui obrigado a abrir um vidro de minha marmelada. Claro que também um de doce de leite.

Sete conjuntos foram recheados com marmelada e sete com doce de leite. O outro, comi solto, separado, sentindo a crocância deste biscoito.

Agora, veja como ficaram estes argentinos: nus e vestidos, com cada um dos recheios usados.

Eu usei uma cobertura de chocolate meio amargo mas não tenho certeza nem de que isto seja necessário ou que seja desnecessário...




Alfajor com recheio de marmelada ou doce de leite
[clique sobre a imagem para ampliar]


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9 comentários:

Sonia disse...

Gente!! Você já descobriu um dos quitutes que serão saboreados no café da manhã da Reciclagem de Voluntários, fácil de fazer, barato e DELICIOSO, estou até com água na boca!!
Bjs

Anônimo disse...

Carlinhosssssssss!!!!!!
O conteúdo do teu Bacalhau é sempre muito confiável e profícuo!!! Obrigada!!!!!!!!
Mas...quero mesmo é falar da forma como vc tá escrevendo: esssspetacular!!!!!!!
Muito obrigada!!!!!!!!
Beijas!!!!!
Li

Fernanda Ayer Bernardo disse...

Carlinhos...ficaram divinos...assim como você, há um tempão procurao a receita dos bem-casados perfeitos. Não aqueles de pão-de-ló que se fazem hoje, mas aqueles de antigamente, que desmanchavam na boca como uma massa de sequilho molhada...sabe? Não encontrei ainda...

ps: queria te contar que passei no vestibular para gastronomia...começo em 2009 (feliz da vida)
Beijos

Gourmandisebrasil disse...

Ai! dei até uma retorcida na cadeira!
Isso deve ter ficado de outro mundo....
bjo,
Nina.

Luciana Macêdo disse...

Acho que este Alfajor são primos de outras bandas dos meus casadinhos. São mesmo de outro mundo.
Bjs!

Unknown disse...

Uau...fiquei com água na boca.

Anônimo disse...

Huuuuummmmmmm!!!!!
Peladinhos ou cobertinhos, dão água na boca!!

Agdah disse...

Eu adoro a sua imaginação culinária...

Cezar disse...

Confesso que só descobri na última linha, do que se tratava, apesar de a foto estar muito boa.
Ignorância de neófito...
Espero poder provar, um dia.