domingo, 20 de dezembro de 2009

Os Natais da Tremembé 41


Já passava das 18h quando meu pai conseguiu fechar a loja que mantinha no Largo do Campinho. Minha mãe já estava pronta pois subira mais cedo pra poder cuidar de nós três (ela, eu e minha irmã Véra). Morávamos num sobrado e no térreo existia a loja de meu pai.

Durante boa parte do mês de dezembro convivíamos com os presentes expostos na parte “bazar” desta loja de materiais de construção. Ali estavam sempre expostos os lançamentos da Estrela e, como quase todos os anos, a espetacular boneca Amiguinha fazia sucesso entre as meninas, desejosas de ter uma e que quase todos os dias passavam por lá para “namorar” aquela boneca exposta na alta vitrine da loja. Naquele tempo, o pé-direito (altura) das lojas era imenso.

Também dividiam com elas – as bonecas – os brinquedos que meninos sempre gostariam de possuir. Entre eles (agora vejo o quanto eram idiotas, mas naquela época, certamente nossas mentes ainda não haviam despertados para o “lado errado” destes brinquedos), revólveres, que no entender dos “mais velhos” eram cópias fiéis dos de verdade. Cartucheiras e cinturões compunham a vestimenta dos cowboys que frequentavam as telas da recém chegada TV brasileira.

Bolas de futebol também eram muito cobiçadas pelos meninos: as daquela época em couro e costuradas à mão... contrastando com as levíssimas de hoje feitas de material sintético e cheias de tecnologias...

Logo que fechou a loja meu pai foi pra nossa casa, tomar banho e trocar a roupa. Descemos os quatro e pegamos seu Chevrolet 37 preto e poderoso (pelo menos para mim era). Rumamos em direção à “casa da Ilha”, na rua Tremembé 41. Nem me lembro direito desta viagem. Lembro apenas da nossa chegada para a ceia de Natal.

A casa, com sótão e porão tinha muitos quartos. Algo como cinco deles na parte de cima. Lá a varanda cobiçada pela criançada que gostava de dormir ao relento em esteiras de taboca forradas com limpos e cheirosos lençóis fornecidos pela “tia Nicô”. A criançada fazia uma farra danada na hora de dormir e era separada em lado dos meninos e lado das meninas. Sempre tinha um adulto por perto para evitar que acontecesse “alguma coisa”, preocupação que só recentemente soube através do relato de dona Diva.

À noite, a mesa posta tinha tanta comida que, pelo menos, a criançada nem se preocupava: queríamos todos estar à volta da linda e enorme árvore de Natal que ficava num dos cantos da majestosa “sala de jantar” com inúmeras janelas tipo guilhotina que abertas permitiam a brisa fresca que vinha da praia da Freguesia entrar pelo salão.

Ficávamos encantados com os enfeites e as luzes que acendiam e apagavam freneticamente diante de nossos pequenos e arregalados olhinhos. Nossas mães quase nos arrastavam para a mesa para colocar nosso prato da ceia. Ali, em enormes pratos, mas já fatiados havia presunto tender, pernil de porco, rabanadas, frutas secas, frutas frescas em grande quantidade e variedade enfeitavam a mesa, arroz “enfeitado” (sempre alguma coisa misturada no arroz), farofa e, um enorme peru que era fatiado quando começávamos a comilança. As crianças tinham suas porções ou em pratos fundos e, normalmente, nos eram dadas colheres...

É claro, a esta altura da noite, que nós nem estávamos com fome. A correria entre uma colherada e outra só dividia espaço com os gritos de nossas mães e o castigo supremo dela avisar pro Papai Noel que não mereceríamos ganhar os presentes pedidos.

Naquele momento de nossas vidas não sabíamos, nem poderíamos imaginar que Noel era apenas um codinome de nossos pais. Só bem mais tarde fui descobrir isto e mais tarde ainda pude saber das lágrimas de meu pai por não poder nos dar presentes em determinados natais de nossas vidas. Não faz mal, pai, pois esses presentes não fizeram falta: só você, até hoje...

Logo surgia a figura de “tio Maneco” que na realidade era meu tio postiço. Ele era apenas tio de meu pai. Mas meu pai e minha mãe o tratavam de tio Maneco, nós (eu e Véra e depois a Tânia) o tratávamos como vô Maneco pois todos nossos primos o chamavam assim.

A passagem dele por nossas vidas foi marcada pelas nozes premiadas que ganhávamos. Ele, com a calma e perfeição que só os sábios possuem, abria cuidadosamente as cascas das nozes e retirava seu conteúdo que era usado nas guloseimas. Em cada casca que antes era uma noz, virava um cofre para cada criança. Cuidadosamente dobrada e espremida em seu interior uma nota de cruzeiro (nosso dinheiro naqueles tempos). Valores diferentes. Cada noz era dada aleatoriamente à cada criança. Os mais sortudos ganhavam uma notinha diferente e de maior valor. Nada tão alto que desse para comprar um carro, um apartamento ou uma viagem para a Europa...

Enfim, chegava a hora em que o Odilon, marido de tia Nicô, em seu pijama listrado de calças compridas, começava a fechar as janelas da sala e começava a mandar as crianças para a cama pois estava chegando a hora de Papai Noel passar para deixar os presentes na árvore. Naquele tempo os presentes só eram distribuídos após o café da manhã do dia 25. Não havia possibilidade desta distribuição ser feita em outro momento.

Muitos de nós, lá na varanda, na cama improvisada, tentávamos ficar olhando pro céu a espera da chegada do trenó de Papai Noel. Cansávamos de esperar e acabávamos dormindo quando, então, nossos pais podiam colocar nossos presentes ao pé da árvore lá da sala. Trancadas as portas de acesso, só depois do café da manhã é que podíamos entrar naquele ambiente e, claro, correr em direção à árvore.

Nosso café da manhã era tomado na parte de fora da casa, onde também aconteciam os almoços. Num canto da casa onde existiam bancos feitos de pedra na própria mureta de sustentação do terrenos era montada sobre cavaletes uma enorme mesa para alegria dos adultos.

Logo depois do café da manhã, já era formado o pelotão em busca do presente. Sempre havia um dos primos que dizia ter visto ou o Papai Noel chegar ou ele já indo. Claro que era apenas para “aparecer” diante dos outros primos.

Logo, o vô Maneco sentava-se junto da árvore e embrulho após embrulho que pegava era feita a leitura do nome do premiado. Uma gritaria logo se seguia a cada nome chamado. Logo a corrida até o presente que tinha, invariavelmente seu papel rasgado em busca da descoberta do que ali estava escondido. Muitas vezes até a embalagem era despedaçada tal a angústia da revelação.

Logo se viam brinquedos por todas as partes da casa e os gritos de alegria de seus novos donos. Depois alguns brinquedos eram guardados por nossos pais ou até esquecidos por nós diante das brincadeiras que enchiam aquele nosso dia. O terreno era íngreme mas não para a criançada. Os primos todos logo inventavam brincadeiras e elas acabavam, durante muitos anos, na coroação de nossa rainha! Formávamos, então, para a “foto oficial” ao lado da rainha de nosso Natal.

Como eram bons esses natais. Como éramos felizes em nossas brincadeiras. Mas, o mundo mudou, ou mudamos nós?

Ah, as fotos que eu queria colocar aqui, acabaram como os Natais da Tremembé 41...



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Os Natais da Tremembé 41


Já passava das 18h quando meu pai conseguiu fechar a loja que mantinha no Largo do Campinho. Minha mãe já estava pronta pois subira mais cedo pra poder cuidar de nós três (ela, eu e minha irmã Véra). Morávamos num sobrado e no térreo existia a loja de meu pai.

Durante boa parte do mês de dezembro convivíamos com os presentes expostos na parte “bazar” desta loja de materiais de construção. Ali estavam sempre expostos os lançamentos da Estrela e, como quase todos os anos, a espetacular boneca Amiguinha fazia sucesso entre as meninas, desejosas de ter uma e que quase todos os dias passavam por lá para “namorar” aquela boneca exposta na alta vitrine da loja. Naquele tempo, o pé-direito (altura) das lojas era imenso.

Também dividiam com elas – as bonecas – os brinquedos que meninos sempre gostariam de possuir. Entre eles (agora vejo o quanto eram idiotas, mas naquela época, certamente nossas mentes ainda não haviam despertados para o “lado errado” destes brinquedos), revólveres, que no entender dos “mais velhos” eram cópias fiéis dos de verdade. Cartucheiras e cinturões compunham a vestimenta dos cowboys que frequentavam as telas da recém chegada TV brasileira.

Bolas de futebol também eram muito cobiçadas pelos meninos: as daquela época em couro e costuradas à mão... contrastando com as levíssimas de hoje feitas de material sintético e cheias de tecnologias...

Logo que fechou a loja meu pai foi pra nossa casa, tomar banho e trocar a roupa. Descemos os quatro e pegamos seu Chevrolet 37 preto e poderoso (pelo menos para mim era). Rumamos em direção à “casa da Ilha”, na rua Tremembé 41. Nem me lembro direito desta viagem. Lembro apenas da nossa chegada para a ceia de Natal.

A casa, com sótão e porão tinha muitos quartos. Algo como cinco deles na parte de cima. Lá a varanda cobiçada pela criançada que gostava de dormir ao relento em esteiras de taboca forradas com limpos e cheirosos lençóis fornecidos pela “tia Nicô”. A criançada fazia uma farra danada na hora de dormir e era separada em lado dos meninos e lado das meninas. Sempre tinha um adulto por perto para evitar que acontecesse “alguma coisa”, preocupação que só recentemente soube através do relato de dona Diva.

À noite, a mesa posta tinha tanta comida que, pelo menos, a criançada nem se preocupava: queríamos todos estar à volta da linda e enorme árvore de Natal que ficava num dos cantos da majestosa “sala de jantar” com inúmeras janelas tipo guilhotina que abertas permitiam a brisa fresca que vinha da praia da Freguesia entrar pelo salão.

Ficávamos encantados com os enfeites e as luzes que acendiam e apagavam freneticamente diante de nossos pequenos e arregalados olhinhos. Nossas mães quase nos arrastavam para a mesa para colocar nosso prato da ceia. Ali, em enormes pratos, mas já fatiados havia presunto tender, pernil de porco, rabanadas, frutas secas, frutas frescas em grande quantidade e variedade enfeitavam a mesa, arroz “enfeitado” (sempre alguma coisa misturada no arroz), farofa e, um enorme peru que era fatiado quando começávamos a comilança. As crianças tinham suas porções ou em pratos fundos e, normalmente, nos eram dadas colheres...

É claro, a esta altura da noite, que nós nem estávamos com fome. A correria entre uma colherada e outra só dividia espaço com os gritos de nossas mães e o castigo supremo dela avisar pro Papai Noel que não mereceríamos ganhar os presentes pedidos.

Naquele momento de nossas vidas não sabíamos, nem poderíamos imaginar que Noel era apenas um codinome de nossos pais. Só bem mais tarde fui descobrir isto e mais tarde ainda pude saber das lágrimas de meu pai por não poder nos dar presentes em determinados natais de nossas vidas. Não faz mal, pai, pois esses presentes não fizeram falta: só você, até hoje...

Logo surgia a figura de “tio Maneco” que na realidade era meu tio postiço. Ele era apenas tio de meu pai. Mas meu pai e minha mãe o tratavam de tio Maneco, nós (eu e Véra e depois a Tânia) o tratávamos como vô Maneco pois todos nossos primos o chamavam assim.

A passagem dele por nossas vidas foi marcada pelas nozes premiadas que ganhávamos. Ele, com a calma e perfeição que só os sábios possuem, abria cuidadosamente as cascas das nozes e retirava seu conteúdo que era usado nas guloseimas. Em cada casca que antes era uma noz, virava um cofre para cada criança. Cuidadosamente dobrada e espremida em seu interior uma nota de cruzeiro (nosso dinheiro naqueles tempos). Valores diferentes. Cada noz era dada aleatoriamente à cada criança. Os mais sortudos ganhavam uma notinha diferente e de maior valor. Nada tão alto que desse para comprar um carro, um apartamento ou uma viagem para a Europa...

Enfim, chegava a hora em que o Odilon, marido de tia Nicô, em seu pijama listrado de calças compridas, começava a fechar as janelas da sala e começava a mandar as crianças para a cama pois estava chegando a hora de Papai Noel passar para deixar os presentes na árvore. Naquele tempo os presentes só eram distribuídos após o café da manhã do dia 25. Não havia possibilidade desta distribuição ser feita em outro momento.

Muitos de nós, lá na varanda, na cama improvisada, tentávamos ficar olhando pro céu a espera da chegada do trenó de Papai Noel. Cansávamos de esperar e acabávamos dormindo quando, então, nossos pais podiam colocar nossos presentes ao pé da árvore lá da sala. Trancadas as portas de acesso, só depois do café da manhã é que podíamos entrar naquele ambiente e, claro, correr em direção à árvore.

Nosso café da manhã era tomado na parte de fora da casa, onde também aconteciam os almoços. Num canto da casa onde existiam bancos feitos de pedra na própria mureta de sustentação do terrenos era montada sobre cavaletes uma enorme mesa para alegria dos adultos.

Logo depois do café da manhã, já era formado o pelotão em busca do presente. Sempre havia um dos primos que dizia ter visto ou o Papai Noel chegar ou ele já indo. Claro que era apenas para “aparecer” diante dos outros primos.

Logo, o vô Maneco sentava-se junto da árvore e embrulho após embrulho que pegava era feita a leitura do nome do premiado. Uma gritaria logo se seguia a cada nome chamado. Logo a corrida até o presente que tinha, invariavelmente seu papel rasgado em busca da descoberta do que ali estava escondido. Muitas vezes até a embalagem era despedaçada tal a angústia da revelação.

Logo se viam brinquedos por todas as partes da casa e os gritos de alegria de seus novos donos. Depois alguns brinquedos eram guardados por nossos pais ou até esquecidos por nós diante das brincadeiras que enchiam aquele nosso dia. O terreno era íngreme mas não para a criançada. Os primos todos logo inventavam brincadeiras e elas acabavam, durante muitos anos, na coroação de nossa rainha! Formávamos, então, para a “foto oficial” ao lado da rainha de nosso Natal.

Como eram bons esses natais. Como éramos felizes em nossas brincadeiras. Mas, o mundo mudou, ou mudamos nós?

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sábado, 12 de dezembro de 2009

Hora das compras: ceia


Para muita gente este é um momento de indecisões, de acertos e de erros. Não é para menos. Muita agitação e pouco dinheiro. Muitas loucura, muitas dívidas...

Mas, será que tudo isto faz sentido? Bem, não me cabe tentar responder essas questões. O que posso é tentar mostrar uma luz no final do túnel para esclarecer algumas questões voltadas à ceia de Natal.

Não bastassem os modismos, ainda importamos muitas comidas e preparos de outros povos que, nesta época do ano estão vivendo em clima diametralmente oposto ao nosso. Enquanto aqui é verão, lá é inverno. E coitado dos papais noéis que andam em sua roupa de veludo vermelho, com gorro e barbas longas e postiças apenas para alegrar pais de primeira viagem e avós deslumbrados diante do choro de pavor de muitas criancinhas. Bem é só ficar uma horinha diante dos locais onde colocam os “velhinhos” sentados todas as horas de funcionamento dos shoppings ali, diante de refletores e flashs...

Mas vamos ao peru. Será que precisamos importar este bichão que vive sua glória e momento de perdão pelas terras do tio Sam? Porque não um belo frango? Mais rápido de preparar, mais saboroso e que faz parte de nossos dias. Mas alguém pode chegar e dizer: ah, cara, deixa pra lá essas teorias pois eu só como peru no Natal. Gosto de ter aquela ave enorme, cinco ou seis quilos, assada por 3 ou quatro horas e que muitas vezes fica até bem torradinho e seco... Tá bem, cada qual com seu cada qual.

Mas vamos ao franguinho. Basta colocar entre sua pele e a carne do peito uma manteiguinha aromatizada e alguns galhos de alecrim e levá-lo ao forno em baixa temperatura. Olhando e banhando ele com a gordura que sai e, até com um suco de laranja. Assim, lentamente se dourando e cozinhando suas carnes ficará saboroso, simples e bem mais barato.

Quem sabe uma farofinha, então com as frutas secas que tanto gostas? Ameixa, figos e damascos, picados grosseiramente darão o toque doce à farofa. Diferente, porque não?

Ah, mas e os acompanhamentos? Gosta de massa, faça-a! Gostas de saladas, faça-as! Coisas simples e rápidas. Baixo custo e enorme alegria. Afinal, o aniversariante costumava fazer refeições frugais em sua vida.

Ah, Carlos, mas eu não posso deixar de ter bolinho de bacalhau na minha ceia. Pois é. Mas como fazer? Já sabes escolher o bacalhau? Segundo meus ancestral, Chico Pinto, a melhor parte do bacalhau para se fazer bolinho é a barriga. Tem gente que faz do lombo... Então, descubra você mesmo qual a parte será usada para seu bolinho. O fundamental, no entanto é escolher um bom peixe, de acordo com suas posses e fazer a dessalga conforme orientação técnica dos importadores. Assim, as postas muito grossas precisam de pelo menos 48 horas de molho, com trocas a cada 8 horas. Os grossos, de 40 horas com o mesmo intervalo para troca da água. E, os mais finos, 24 horas.

Mas, como fazer essa troca? O ideal que que inicialmente você dê uma lavada para retirar o sal mais aparente e solto. Depois coloque de molho na vertical, em água já gelada. Coloque uma outra vasilha com água para gelar. Quando chegar na oitava hora, retire pedaço a pedaço da vasilha em que estava de molho e coloque na que estava gelando a água. Despeje a água salgada e coloque nova água para gelar. Vá trocando desta forma até chegar o tempo indicado acima.

Escolha a batata adequada: ou a variedade BARAKA ou a variedade ASTERIX. Aquela é a batata normalmente comercializada “suja” de terra. Esta, a de casca rosa. Uma outra maneira de ver uma boa variedade é cortando-a: se ficar com a superfície quase seca, pode usá-la sem susto. Se ficar bem úmida, não servirá para seu bolinho.

Uns cozinham elas com casca; outros descascam. Mas faça sempre no vapor. Aproveite para um pequeno calor no bacalhau (somente até ele começar a abrir as escamas. Retire-o e retire as peles e espinhas. Coloque-o em um pano de prato limpo e dobre até formar algo como uma bola de bacalhau. Arremesse essa “bola” contra a superfície da pia várias vezes até verificares que todas as postas desfizeram-se.

Coloque os temperos: cebola, tomate (sem pele e sem sementes), salsinha, cebolinha, finamente picados. Misture com azeite de boa qualidade ou o melhor que o seu dinheiro puder comprar. Reserve.

Quando as batatas já estiverem cozidas, retire-as e coloque-as em uma vasilha grande. Amasse-as com um garfo ou passe pelo espremedor de batatas. Misture-a ao bacalhau temperado que estava reservado. Coloque uma gema para cada meio quilo de bacalhau e uma colher de sopa de farinha de rosca. Misture com as mãos até formar uma massa bem ligada. Bata a(s) clara(s) em neve e incorpore à massa. Pronto: leve-a para descansar por uma hora, coberta por um filme no seu refrigerador.

Na hora de fritar, use duas colheres de sobremesa para modelar. Pode ainda usar um boleador de sorvetes para fazer bolinhas... Se preferires fazer a moldagem nas mãos, unte-as com azeite.

O melhor é fritá-los em azeite. Mas podes usar uma mistura de azeite com óleo vegetal ou apenas o óleo vegeta. Mas faça isto apenas no momento de serví-lo. Fica mais crocante e gostoso...

Ah, não esqueça das rabanadas. Apesar de calóricas, são saborosas. Uma manira interessante de fazê-las é passar rapidamente por ovos e leite e levá-las para fritar numa frigideira antiaderente... Há quem goste delas assim. Eu, prefiro as tradicionais, previamente embanhadas no leite com malte de cevada. Depois passadas em mistura de ovos (claras e gemas em neve) e fritas numa mistura de óleo vegetal e manteiga sem sal. Deixo-a escorrendo o excesso de óleo da fritura em uma peneira. Nem precisa polvilhar com açúcar e canela. Mas se você tem necessidade, fique à vontade.

A escolha sempre é de quem faz!

No mais, lembre-se que no dia seguinte a vida continua. Os excessos financeiros serão pagos nos próximos meses e o peso ganho dificilmente sairá com tanta facilidade.



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Para muita gente este é um momento de indecisões, de acertos e de erros. Não é para menos. Muita agitação e pouco dinheiro. Muitas loucura, muitas dívidas...

Mas, será que tudo isto faz sentido? Bem, não me cabe tentar responder essas questões. O que posso é tentar mostrar uma luz no final do túnel para esclarecer algumas questões voltadas à ceia de Natal.

Não bastassem os modismos, ainda importamos muitas comidas e preparos de outros povos que, nesta época do ano estão vivendo em clima diametralmente oposto ao nosso. Enquanto aqui é verão, lá é inverno. E coitado dos papais noéis que andam em sua roupa de veludo vermelho, com gorro e barbas longas e postiças apenas para alegrar pais de primeira viagem e avós deslumbrados diante do choro de pavor de muitas criancinhas. Bem é só ficar uma horinha diante dos locais onde colocam os “velhinhos” sentados todas as horas de funcionamento dos shoppings ali, diante de refletores e flashs...

Mas vamos ao peru. Será que precisamos importar este bichão que vive sua glória e momento de perdão pelas terras do tio Sam? Porque não um belo frango? Mais rápido de preparar, mais saboroso e que faz parte de nossos dias. Mas alguém pode chegar e dizer: ah, cara, deixa pra lá essas teorias pois eu só como peru no Natal. Gosto de ter aquela ave enorme, cinco ou seis quilos, assada por 3 ou quatro horas e que muitas vezes fica até bem torradinho e seco... Tá bem, cada qual com seu cada qual.

Mas vamos ao franguinho. Basta colocar entre sua pele e a carne do peito uma manteiguinha aromatizada e alguns galhos de alecrim e levá-lo ao forno em baixa temperatura. Olhando e banhando ele com a gordura que sai e, até com um suco de laranja. Assim, lentamente se dourando e cozinhando suas carnes ficará saboroso, simples e bem mais barato.

Quem sabe uma farofinha, então com as frutas secas que tanto gostas? Ameixa, figos e damascos, picados grosseiramente darão o toque doce à farofa. Diferente, porque não?

Ah, mas e os acompanhamentos? Gosta de massa, faça-a! Gostas de saladas, faça-as! Coisas simples e rápidas. Baixo custo e enorme alegria. Afinal, o aniversariante costumava fazer refeições frugais em sua vida.

Ah, Carlos, mas eu não posso deixar de ter bolinho de bacalhau na minha ceia. Pois é. Mas como fazer? Já sabes escolher o bacalhau? Segundo meus ancestral, Chico Pinto, a melhor parte do bacalhau para se fazer bolinho é a barriga. Tem gente que faz do lombo... Então, descubra você mesmo qual a parte será usada para seu bolinho. O fundamental, no entanto é escolher um bom peixe, de acordo com suas posses e fazer a dessalga conforme orientação técnica dos importadores. Assim, as postas muito grossas precisam de pelo menos 48 horas de molho, com trocas a cada 8 horas. Os grossos, de 40 horas com o mesmo intervalo para troca da água. E, os mais finos, 24 horas.

Mas, como fazer essa troca? O ideal que que inicialmente você dê uma lavada para retirar o sal mais aparente e solto. Depois coloque de molho na vertical, em água já gelada. Coloque uma outra vasilha com água para gelar. Quando chegar na oitava hora, retire pedaço a pedaço da vasilha em que estava de molho e coloque na que estava gelando a água. Despeje a água salgada e coloque nova água para gelar. Vá trocando desta forma até chegar o tempo indicado acima.

Escolha a batata adequada: ou a variedade BARAKA ou a variedade ASTERIX. Aquela é a batata normalmente comercializada “suja” de terra. Esta, a de casca rosa. Uma outra maneira de ver uma boa variedade é cortando-a: se ficar com a superfície quase seca, pode usá-la sem susto. Se ficar bem úmida, não servirá para seu bolinho.

Uns cozinham elas com casca; outros descascam. Mas faça sempre no vapor. Aproveite para um pequeno calor no bacalhau (somente até ele começar a abrir as escamas. Retire-o e retire as peles e espinhas. Coloque-o em um pano de prato limpo e dobre até formar algo como uma bola de bacalhau. Arremesse essa “bola” contra a superfície da pia várias vezes até verificares que todas as postas desfizeram-se.

Coloque os temperos: cebola, tomate (sem pele e sem sementes), salsinha, cebolinha, finamente picados. Misture com azeite de boa qualidade ou o melhor que o seu dinheiro puder comprar. Reserve.

Quando as batatas já estiverem cozidas, retire-as e coloque-as em uma vasilha grande. Amasse-as com um garfo ou passe pelo espremedor de batatas. Misture-a ao bacalhau temperado que estava reservado. Coloque uma gema para cada meio quilo de bacalhau e uma colher de sopa de farinha de rosca. Misture com as mãos até formar uma massa bem ligada. Bata a(s) clara(s) em neve e incorpore à massa. Pronto: leve-a para descansar por uma hora, coberta por um filme no seu refrigerador.

Na hora de fritar, use duas colheres de sobremesa para modelar. Pode ainda usar um boleador de sorvetes para fazer bolinhas... Se preferires fazer a moldagem nas mãos, unte-as com azeite.

O melhor é fritá-los em azeite. Mas podes usar uma mistura de azeite com óleo vegetal ou apenas o óleo vegeta. Mas faça isto apenas no momento de serví-lo. Fica mais crocante e gostoso...

Ah, não esqueça das rabanadas. Apesar de calóricas, são saborosas. Uma manira interessante de fazê-las é passar rapidamente por ovos e leite e levá-las para fritar numa frigideira antiaderente... Há quem goste delas assim. Eu, prefiro as tradicionais, previamente embanhadas no leite com malte de cevada. Depois passadas em mistura de ovos (claras e gemas em neve) e fritas numa mistura de óleo vegetal e manteiga sem sal. Deixo-a escorrendo o excesso de óleo da fritura em uma peneira. Nem precisa polvilhar com açúcar e canela. Mas se você tem necessidade, fique à vontade.

A escolha sempre é de quem faz!

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