sábado, 12 de dezembro de 2009

Hora das compras: ceia


Para muita gente este é um momento de indecisões, de acertos e de erros. Não é para menos. Muita agitação e pouco dinheiro. Muitas loucura, muitas dívidas...

Mas, será que tudo isto faz sentido? Bem, não me cabe tentar responder essas questões. O que posso é tentar mostrar uma luz no final do túnel para esclarecer algumas questões voltadas à ceia de Natal.

Não bastassem os modismos, ainda importamos muitas comidas e preparos de outros povos que, nesta época do ano estão vivendo em clima diametralmente oposto ao nosso. Enquanto aqui é verão, lá é inverno. E coitado dos papais noéis que andam em sua roupa de veludo vermelho, com gorro e barbas longas e postiças apenas para alegrar pais de primeira viagem e avós deslumbrados diante do choro de pavor de muitas criancinhas. Bem é só ficar uma horinha diante dos locais onde colocam os “velhinhos” sentados todas as horas de funcionamento dos shoppings ali, diante de refletores e flashs...

Mas vamos ao peru. Será que precisamos importar este bichão que vive sua glória e momento de perdão pelas terras do tio Sam? Porque não um belo frango? Mais rápido de preparar, mais saboroso e que faz parte de nossos dias. Mas alguém pode chegar e dizer: ah, cara, deixa pra lá essas teorias pois eu só como peru no Natal. Gosto de ter aquela ave enorme, cinco ou seis quilos, assada por 3 ou quatro horas e que muitas vezes fica até bem torradinho e seco... Tá bem, cada qual com seu cada qual.

Mas vamos ao franguinho. Basta colocar entre sua pele e a carne do peito uma manteiguinha aromatizada e alguns galhos de alecrim e levá-lo ao forno em baixa temperatura. Olhando e banhando ele com a gordura que sai e, até com um suco de laranja. Assim, lentamente se dourando e cozinhando suas carnes ficará saboroso, simples e bem mais barato.

Quem sabe uma farofinha, então com as frutas secas que tanto gostas? Ameixa, figos e damascos, picados grosseiramente darão o toque doce à farofa. Diferente, porque não?

Ah, mas e os acompanhamentos? Gosta de massa, faça-a! Gostas de saladas, faça-as! Coisas simples e rápidas. Baixo custo e enorme alegria. Afinal, o aniversariante costumava fazer refeições frugais em sua vida.

Ah, Carlos, mas eu não posso deixar de ter bolinho de bacalhau na minha ceia. Pois é. Mas como fazer? Já sabes escolher o bacalhau? Segundo meus ancestral, Chico Pinto, a melhor parte do bacalhau para se fazer bolinho é a barriga. Tem gente que faz do lombo... Então, descubra você mesmo qual a parte será usada para seu bolinho. O fundamental, no entanto é escolher um bom peixe, de acordo com suas posses e fazer a dessalga conforme orientação técnica dos importadores. Assim, as postas muito grossas precisam de pelo menos 48 horas de molho, com trocas a cada 8 horas. Os grossos, de 40 horas com o mesmo intervalo para troca da água. E, os mais finos, 24 horas.

Mas, como fazer essa troca? O ideal que que inicialmente você dê uma lavada para retirar o sal mais aparente e solto. Depois coloque de molho na vertical, em água já gelada. Coloque uma outra vasilha com água para gelar. Quando chegar na oitava hora, retire pedaço a pedaço da vasilha em que estava de molho e coloque na que estava gelando a água. Despeje a água salgada e coloque nova água para gelar. Vá trocando desta forma até chegar o tempo indicado acima.

Escolha a batata adequada: ou a variedade BARAKA ou a variedade ASTERIX. Aquela é a batata normalmente comercializada “suja” de terra. Esta, a de casca rosa. Uma outra maneira de ver uma boa variedade é cortando-a: se ficar com a superfície quase seca, pode usá-la sem susto. Se ficar bem úmida, não servirá para seu bolinho.

Uns cozinham elas com casca; outros descascam. Mas faça sempre no vapor. Aproveite para um pequeno calor no bacalhau (somente até ele começar a abrir as escamas. Retire-o e retire as peles e espinhas. Coloque-o em um pano de prato limpo e dobre até formar algo como uma bola de bacalhau. Arremesse essa “bola” contra a superfície da pia várias vezes até verificares que todas as postas desfizeram-se.

Coloque os temperos: cebola, tomate (sem pele e sem sementes), salsinha, cebolinha, finamente picados. Misture com azeite de boa qualidade ou o melhor que o seu dinheiro puder comprar. Reserve.

Quando as batatas já estiverem cozidas, retire-as e coloque-as em uma vasilha grande. Amasse-as com um garfo ou passe pelo espremedor de batatas. Misture-a ao bacalhau temperado que estava reservado. Coloque uma gema para cada meio quilo de bacalhau e uma colher de sopa de farinha de rosca. Misture com as mãos até formar uma massa bem ligada. Bata a(s) clara(s) em neve e incorpore à massa. Pronto: leve-a para descansar por uma hora, coberta por um filme no seu refrigerador.

Na hora de fritar, use duas colheres de sobremesa para modelar. Pode ainda usar um boleador de sorvetes para fazer bolinhas... Se preferires fazer a moldagem nas mãos, unte-as com azeite.

O melhor é fritá-los em azeite. Mas podes usar uma mistura de azeite com óleo vegetal ou apenas o óleo vegeta. Mas faça isto apenas no momento de serví-lo. Fica mais crocante e gostoso...

Ah, não esqueça das rabanadas. Apesar de calóricas, são saborosas. Uma manira interessante de fazê-las é passar rapidamente por ovos e leite e levá-las para fritar numa frigideira antiaderente... Há quem goste delas assim. Eu, prefiro as tradicionais, previamente embanhadas no leite com malte de cevada. Depois passadas em mistura de ovos (claras e gemas em neve) e fritas numa mistura de óleo vegetal e manteiga sem sal. Deixo-a escorrendo o excesso de óleo da fritura em uma peneira. Nem precisa polvilhar com açúcar e canela. Mas se você tem necessidade, fique à vontade.

A escolha sempre é de quem faz!

No mais, lembre-se que no dia seguinte a vida continua. Os excessos financeiros serão pagos nos próximos meses e o peso ganho dificilmente sairá com tanta facilidade.



F A C I L I D A D E S

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Um comentário:

Anonymous disse...

Passarei este Natal sem bacalhau!!Quanta saudade desses seus bolinhos deliciosos.
Bom Natal!!!!!