sábado, 23 de janeiro de 2010

Doces delícias


Todos os anos quando vem chegando o verão é época de ganhar polpas de cupuaçu. Herança de uma época em que minha irmã ainda cuidava de seu pomar e o pé floresceu em meio a uma pequena mata nativa preservada à beira de um riacho que passa ao fundo de sua casa.

Ali à sombra de outras árvores exubera de frutos maravilhosos. Sua casca dura protege o fruto maduro na queda onde encontra normalmente um chão coberto de folhas de todas as árvores dali.

Um trabalho gostoso e demorado se feito artesanalmente é retirar a polpa das sementes. Depois de quebrada a casca, uma densa polpa em cachos se desprende. Um amarelo pálido e um cheiro bem característico nos apresenta um sabor azedinho bem pronunciado. A polpa, então é separada das sementes, uma a uma, com a ajuda de uma tesoura.

Depois disso, normalmente passo a polpa pelo liquidificador para formar um creme denso e saboroso. Guardo em freezer por tempo que pode variar até um ano.

Desta vez, uma garrafinha que continha meio litro desta preciosidade foi descongelado lentamente no refrigerador até que toda a exuberância do fruto se manifestasse.

Misturado ao conteúdo de uma lata de leite condensado no liquidificador para ficar bem homogênea, ficou ali descansando um pouco em um tijela de inox enquanto eu batia quatro claras de ovo em neve com duas colheres de açúcar até formar picos duros.

Essa clara foi misturada lentamente ao creme de leite condensado e a polpa e foi levado ao congelador por aproximadamente 4 horas.

Depois disso, levei à batedeira com a ajuda do acessório globo e foi batido para melhor homogeneizar o creme, retornando ao freezer.

O resultado foi um cremoso e maravilhoso sorvete como nesta foto, apenas ele e mais nada pois este era o astro principal... Assim, simples, sem enfeites.


bacalhaucombatata | Um sorvete pra chamar de seu.

Um sorvete de cupuaçu,
pra chamar de seu.


Isto tudo aconteceu depois de minha tentativa de usar esta mesma receita para fazer um de goiaba. Um quilo de lindas goiabas vermelhas, maduras denunciadas pelo amarelo de suas cascas e o macio de sua pele quando tocada. Depois de desnuda, retirei a polpa que envolve as sementes com a ajuda providencial de uma colher de sobremesa. Cortei a polpa externa em pedaços para facilitar a vida do meu walita e depois peneirei toda a polpa interna que também foi para o liquidificador. Depois de virar um creme, coloquei o conteúdo de uma lata de leite condensado e bati até que o creme ficasse homogêneo.

Juntei as claras em neve e foi pro congelador por quatro horas para firmar. Depois disto, bati com o globo para dar a cremosidade necessária e voltar ao congelador por mais outro tanto.

Bolas maravilhosas foram rapidamente consumidas em meio à vergonha. Não houve jeito de fotografá-las. Não permitiram que isto acontecesse. Vários pares de truculentas colheres deu cabo de todas elas antes que eu mesmo pudesse alcançar a máquina. Enfim, vida de paparazzo nem sempre é de sucesso!



F A C I L I D A D E S

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4 comentários:

Quitutes.com - Versão Blog disse...

Carlinhos, que bacana! Não sabia da existência do confraria viva, posso participar? :)

Realmente o twitter expandiu ainda mais os feitos da nossa querida chef.

Obrigada!

Beijos, Rachel

Quitutes.com - Versão Blog disse...

ps.: vc ja´sabe dos gastrotwetteiros no twitter? Quer fazer parte? Estamos tentando realizar um encontro em SP (uma feijoada), convidamos a chef na quinta-feira! Beijinhos!

Viva disse...

Ontem provei caipirinha de cupuaçu, uma delícia! Experimente;-)

Gourmandise disse...

Olha só, fiz chiffon cake e pannacotta de cupuaçu esses dias!
bjo