Pra lá e pracá e um
pouco decepcionado com a maneira de cuidar do fermento dito selvagem,
procurei uma forma de fazer com que tivesse um resultado, visualmente
próximo do que uns padeiros andam fazendo “profissionalmente”,
mas que eu pudesse fazer aqui na minha cozinha com um forno
convencional e com poucos recursos tecnológicos. Afinal o primeiro
objetivo era fazer a “minha ciabatta”.
Eachei uma forma de
conduzir essa nova linha de pesquisa. Um dos pilares seria reduzir a
porção de Saccharomyces cerevisiae a ser
usada.
A outra modificação
foi que recentemente "descobri" a Farinha de Graham. E ai, seguindo um atalho, fui ler
sobre ela e descobri que um pastor presbiteriano formulou componentes
de forma a “restituir” a estrutura do que seria uma farinha
integral: juntou farinha de trigo branca, gérmem de trigo e farelo
de trigo. A primeira vez que usei, também fiz isto nas porções
formuladas por ele. Mas, eis que consegui trigo inteiro (em grãos)
e, por conta de um presente que ganhei de um espírito de luz que
vive entre nós, moí meu próprio trigo. Agora minha cabeça e meu
corpo começam a funcionar de forma a encontrar o “trigo que eu
quero”... E mais algumas outras loucurinhas que também estou
pensando.
Bom, adicionei uma
porção básica desta farinha à formulação indicada pelas
pesquisas. A ideia é apenas dar um sabor levemente diferente e um
visual diferente ao miolo.
Muni-me de toda uma
paciência – que tenho procurado exercitar nestes últimos tempos –
e comecei o processo, fazendo a mistura na minha batedeira (sim, ela
é uma batedeira, mas não uma batedeira qualquer. É uma kitchen Aid
que me dei de presente de aposentadoria). Depois, as 4 “dobras”
de um processo que achei interessante (mas ainda vou fazer com mais
dobras quando alcançar a paz interior... e a partir disto, co loquei
na minha “super-vasilha” e dali foi para o refrigerador por nada
menos que 21 horas!!!! O processo todo está previsto para durar 24
horas. Um dia inteirinho para fazer um pão. Um pão de verdade.
Respeitando o tempo do alimento transformar-se. Dar tempo para que os
“sabores se assentem”, como diria minha mestre
das carrapetas.
E, assim, foi...
Acordamos, eu e ela.
Ela e eu. Café tomado e a super vasilha, já na bancada, 21 horas
depois, esperando a primeira hora de despertar.
Retirada, com
cuidado, para minha tábua de trabalho. É isso mesmo! Trabalhos
minhas massas de pão em cima de uma tábua de madeira só para
isto! Aprendi com um padeiro italiano (perdoem-me mas esqueci seu
nome...). Trigo polvilhado porque padeiro não pode ter medo de usar
trigo... arrumada, ajeitada para cá e para lá com a ajuda de minha
espátula de padeiro (não é gringa, foi presente da Fleischmann
(o link não é jabá. É apenas um forma de agradecer o presente!),
ou então uma dessas, se você não conseguir daquelas use uma destas
da Tigre.
Fiz as marcações, aparei as rebarbas e feitos os cortes deixei-as
para mais um período de uma hora de descanso ali mesmo, na tábua...
depois, adicionei as apareas em cada uma delas e coloquei-as de
bruços para o sono final.
Com meia hora de sono
já é o momento de acender o forno para seu aquecimento em
temperatura máxima caseira (fornos caseiros são temperamentais...).
Isto feito, por 30 minutos, hora de colocá-las no forno. As minhas
não ganham vapor... meu forno é caseiro, gente e todas as
traquitanas que testei para gerar vapor não me deram o que desejei.
Então, desvio na rota...
Vinte, vinte e cinco
minutos depois do bronzeado que você ficar feliz, hora de voltar
para a casa: viajar até uma grade para resfriar por pelo menos 2
horas! Isso mesmo, duas horas! Nada de comer pão quente. Se quiser
assim, coloque-o para esquentar, pulverizando água filtrada ou
mineral! (aliás, a água usada nesta experiência é a naturalmente
gazosa, com pH de 5,25).
Ah, deves estar perguntando se eu não vou dar a "receitinha", não é? Pois, lápis e papel na mão que ai vai...
Foram 250 gramas de farinha de trigo tipo 1, 35 gramas de farinha de Graham ou de trigo moído em casa, 5 gramas de sal, 2 gramas de Saccharomyces cerevisiae, 225 gramas de água mineral naturalmente gasosa com pH de 5,25 e 7 gramas de óleo de olivas.
Foram 250 gramas de farinha de trigo tipo 1, 35 gramas de farinha de Graham ou de trigo moído em casa, 5 gramas de sal, 2 gramas de Saccharomyces cerevisiae, 225 gramas de água mineral naturalmente gasosa com pH de 5,25 e 7 gramas de óleo de olivas.
Bom trabalho.
Início da fermentação |
24 horas depois, sob refrigeração |
Final |
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