quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Chove lá fora...

É, uma chuvinha fina... Começou ontem e não vai acabar hoje.

E isto me lembra minhas fabricações de pães de longa fermentação... de ossobuco para o recheio de raviólis... de Demi-glace. Tudo longo preparo... Fogo baixinho. E MUITA paciência.

Então, o que fazer num dia assim?

Lá no refrigerador tem abóbora-menina, tem cenouras, tem tomates débora e ossobuco. Não é de vitelo. Não acho por aqui. Continuo procurando fornecedor. Um dia, acho!

Peguei uma cebola e cortei a metade. Piquei em cubinhos bem pequenos. Reservei. Fiz o mesmo com a cenoura e o tomate que ficou nú e sem as entranhas antes de virar cubinhos. Um dente de alho também teve o mesmo destino. E o poró? Meias-luas separadas...

Um galhinho de tomilho fresco e outro de alecrim vai ajudar a apurar o sabor.

Uma lata de pelati que comprei sem saber exatamente no que usar. É um teste da marca.

Primeiro, numa frigideira antiaderente com um fio de azeite, selei os dois ossobucos. Afinal não eram tão pequeninos como gostaria que fossem. Um lado. Depois o outro. Reserva enquanto numa panelinha de ferro a cebola amolecia ao calor do azeite e manteiga. Depois, as cenouras, os temperinhos cheirosos e os ossobucos. O fogo mais baixo que o meu fogão consegue me dar.

E isto vai rolar por 4 horas. Vez por outra uma olhadela. Um pingo de água, se preciso. É preciso apurar, lentamente, os sabores e os cheiros.

Depois de umas 3 horas os tomates – o pelado e o cortadinho – vão fazer a sua parte neste calor: suco, sabor e corpo. Esperar o final. A maciez. A separação do osso e a gelatina do tutano ir toda para o caldo espesso.

Mas e a abóbora, onde entra nisso? Calma. Muita calma nessa hora. Tudo isso é para o jantar...

A abóbora vai ao forno, pincelada com azeite, sal grosso e pimenta do Reino do moinho. Duas, três voltas no moinho são o suficiente. Grãos misturados: preta e branca. Graduação mais baixa possível. Também. O calor vai formar uma crostinha nela. Depois de assada, macia e bem sequinha, passo a polpa numa peneira fina. Um creme. E ainda vai para a panela em fogo baixo para “secar” bem. Um cubinho de manteiga sem sal vai dar brilho e cremosidade no final.

Ela vai ser o centro do prato. Sobre ela, os pedaços soltos do ossobuco (é, eu agora estou gostando de facilitar a vida de quem vai comer). O molho que ficou nem precisa ser peneirado. É para ser colocado delicadamente sobre os pedaços do ossobuco.

Um raminho de tomilho pra enfeitar. Antes, corrija o sal e a pimenta. Afinal tudo precisa de graça, não?

Mais nada. Simples assim.

Ah, se quiseres um bom vinho nacional, abre um Fortaleza do Seival, tannat. Acho que vai gostar desta turminha no jantar.

Apague as luzes, acenda uma vela e chame o seu amor pra jantar.

Depois, bem isso fica por sua conta!

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