quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Dicas


Depois de coletar material na internet e livros para uma série de "dicas" para o pessoal daqui, era hora de preparar o "paper" que conterá todas elas e poderá ser baixado para o seu computador, dei de cara com uma foto de fogão à lenha.

Parei ali. Minha cabeça voltou trinta anos na linha do tempo. Ali, olhando aquela chama e aquela chaleira - sim porque todo fogão à lenha que se preze tem uma chaleira esquentando água para alguma coisa - minha viagem relembrava todas as vezes que estive diante deste ícone da cozinha mineira.

Naquele lugar que já falei algumas vezes pude experimentar sensações desde ficar longe (não podíamos entrar na cozinha poruqe a cozinheira não deixava) até os momentos em que intimado passava o dia todo ali, fazendo alguma coisa.

Desde os momentos em que a cozinheira reinava sozinha fazendo de "um tudo" para a tropa que se aboletava na enorme mesa da sala até o "apinhado" de gente que dava palpite, provava de tudo, reclamava do que estava sendo feito ou simplismente servia para congestionar o pequeno ambiente.

Isso sem contar os momentos em que na caçamba de uma D20 íamos recolher galhos secos das árvores que a natureza se incumbia de ajudar eles. Machado na mão, os galhos eram transformados pelas habilidosas mão do Amarildo em pequenos pedaços que serviam para alimentar as chamas do fogão.

Foi ali que aprendi a fazer doces de frutas. Foi ali que aprendi a fazer feijão e arroz. A fazer peito de boi assado por 12 horas só no "pingo d'água". Depois as batatas no molho "ferrugem". Salivei aqui só de escrever!

Foi ali que aprendi a fazer doce de leite talhado. A comer ovo-caipira recém saído da bundinha da galinha. Foi ali que aprendi a fazer patê de fígado. Foi ali que comi os melhores feijão-com-arroz da minha vida.

Enfim, vamos às dicas? Afinal o assunto é "dicas" e não fogão à lenha... Até porque o IBAMA, por conta de uma barragem que está sendo construída proibiu eles de usar o fogão (que foi totalmente desmontado, dando lugar a um fogão à gás). Bem, não vou dizer aqui o que penso disto.

Entre outras, aqui vai uma relação delas. Você pode ter a relação completa, em arquivo PDF. Basta clicar aqui.

  • Antes de ferver o leite, molhe o interior da vasilha com água. Assim o leite não gruda no fundo;
  • Todas as caldas, mesmo as de caramelo, devem ser preparadas com a adição de água. A proporção entre água e açúcar deve ser sempre 1 medida de água para 2 de açúcar. A mistura deve ser mexida somente até que o açúcar dissolva. Depois disso, mantenha o fogo alto e não mexa. Só quando a calda atinge o ponto de caramelo é que não há mais risco de açucarar;
  • Para derreter chocolate em banho-maria, a água não deve ferver, para que o chocolate não perca sua consistência cremosa e não manche. Se ferver, apague o fogo e continue mexendo até que o chocolate derreta;
  • Para que os cremes à base de amido de milho não criem uma crosta fina na superfície, cubra-os completamente com filme plástico (aderindo o filme ao creme) assim que retirá-los do fogo;
  • Preparações com gelatina não devem ser congeladas, pois perdem a consistência após o descongelamento;
  • Se for utilizar abacaxi ou kiwi em receitas com gelatina, é necessário cozinhá-los antes. Caso contrário, a gelatina não endurecerá;
  • Quando cobrir um bolo com glacê, pincele-o primeiro com uma porção de geléia. O glacê, além de aderir melhor, não vai se misturar com o farelo da massa;
  • Caso queira substituir manteiga por margarina em uma preparação, utilize somente as que contenham teor igual ou superior a 70% de lipídeos na sua composição;
  • Não desenforme os bolos quentes. Sempre mornos ou frios;
  • Para que a clara em neve fique mais volumosa, retire os ovos da geladeira 1 hora antes de preparar a receita. Nunca bata as claras com muita antecedência para que não percam o volume.


Bom aprendizado!

Ah, se você quer conhecer um projeto para construção do seu próprio fogão à lenha, clique aqui.

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Dicas


Depois de coletar material na internet e livros para uma série de "dicas" para o pessoal daqui, era hora de preparar o "paper" que conterá todas elas e poderá ser baixado para o seu computador, dei de cara com uma foto de fogão à lenha.

Parei ali. Minha cabeça voltou trinta anos na linha do tempo. Ali, olhando aquela chama e aquela chaleira - sim porque todo fogão à lenha que se preze tem uma chaleira esquentando água para alguma coisa - minha viagem relembrava todas as vezes que estive diante deste ícone da cozinha mineira.

Naquele lugar que já falei algumas vezes pude experimentar sensações desde ficar longe (não podíamos entrar na cozinha poruqe a cozinheira não deixava) até os momentos em que intimado passava o dia todo ali, fazendo alguma coisa.

Desde os momentos em que a cozinheira reinava sozinha fazendo de "um tudo" para a tropa que se aboletava na enorme mesa da sala até o "apinhado" de gente que dava palpite, provava de tudo, reclamava do que estava sendo feito ou simplismente servia para congestionar o pequeno ambiente.

Isso sem contar os momentos em que na caçamba de uma D20 íamos recolher galhos secos das árvores que a natureza se incumbia de ajudar eles. Machado na mão, os galhos eram transformados pelas habilidosas mão do Amarildo em pequenos pedaços que serviam para alimentar as chamas do fogão.

Foi ali que aprendi a fazer doces de frutas. Foi ali que aprendi a fazer feijão e arroz. A fazer peito de boi assado por 12 horas só no "pingo d'água". Depois as batatas no molho "ferrugem". Salivei aqui só de escrever!

Foi ali que aprendi a fazer doce de leite talhado. A comer ovo-caipira recém saído da bundinha da galinha. Foi ali que aprendi a fazer patê de fígado. Foi ali que comi os melhores feijão-com-arroz da minha vida.

Enfim, vamos às dicas? Afinal o assunto é "dicas" e não fogão à lenha... Até porque o IBAMA, por conta de uma barragem que está sendo construída proibiu eles de usar o fogão (que foi totalmente desmontado, dando lugar a um fogão à gás). Bem, não vou dizer aqui o que penso disto.

Entre outras, aqui vai uma relação delas. Você pode ter a relação completa, em arquivo PDF. Basta clicar aqui.

  • Antes de ferver o leite, molhe o interior da vasilha com água. Assim o leite não gruda no fundo;
  • Todas as caldas, mesmo as de caramelo, devem ser preparadas com a adição de água. A proporção entre água e açúcar deve ser sempre 1 medida de água para 2 de açúcar. A mistura deve ser mexida somente até que o açúcar dissolva. Depois disso, mantenha o fogo alto e não mexa. Só quando a calda atinge o ponto de caramelo é que não há mais risco de açucarar;
  • Para derreter chocolate em banho-maria, a água não deve ferver, para que o chocolate não perca sua consistência cremosa e não manche. Se ferver, apague o fogo e continue mexendo até que o chocolate derreta;
  • Para que os cremes à base de amido de milho não criem uma crosta fina na superfície, cubra-os completamente com filme plástico (aderindo o filme ao creme) assim que retirá-los do fogo;
  • Preparações com gelatina não devem ser congeladas, pois perdem a consistência após o descongelamento;
  • Se for utilizar abacaxi ou kiwi em receitas com gelatina, é necessário cozinhá-los antes. Caso contrário, a gelatina não endurecerá;
  • Quando cobrir um bolo com glacê, pincele-o primeiro com uma porção de geléia. O glacê, além de aderir melhor, não vai se misturar com o farelo da massa;
  • Caso queira substituir manteiga por margarina em uma preparação, utilize somente as que contenham teor igual ou superior a 70% de lipídeos na sua composição;
  • Não desenforme os bolos quentes. Sempre mornos ou frios;
  • Para que a clara em neve fique mais volumosa, retire os ovos da geladeira 1 hora antes de preparar a receita. Nunca bata as claras com muita antecedência para que não percam o volume.


Bom aprendizado!

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sábado, 18 de outubro de 2008

Vinte e quatro horas


Afinal, o que se precisa para fazer um bom pão? Um pão, digamos assim, quase perfeito. Um pão que nos remeta à infância já tão longe para alguns. Um pão com a crosta bem dourada, a massa macia e tão branca que poderia ter sido lavada com quele detergente em pó...

Paciência, acima de tudo. Vontade de sentir sabores perdidos no tempo. Tão difíceis de se achar ali nas esquinas de hoje porque o que se vende ali é tudo, menos pão. Nem assados, nem formados como deveria ser.

Alimento que remonta os primórdios dos tempos. Um dos pilares da Última Ceia e que ainda hoje é impossível não estar nas ceias caseiras por mais humildes que sejam.

Pão. Tão simples e tão difícil de chegarmos até ele.

Simples porque bastam farinha, fermento, sal e água, em sua receita mais básicas. Simples pela sua fórmulação: considere a farinha como 100%. O fermento, se usado o biológico seco, algo 10%. O sal, 2% e a água, aproximadamente 54%. Pronto, você coloca quanto quiser de farinha e o resto passa a ser consequência.

Mas é isto? É claro que sim. E claro que não...

Sim, porque se você seguir esta formulação, e mais 10 minutos de trabalho com a massa, chegará a um pão. E certamente melhor do que o vendido em muitas padarias que você conhece.

Não, porque MUITAS variáveis podem influir no resultado final. Isto depende apenas do teu grau de exigência. Pode ser que queiras uma casca mais dura e mais escura; outros mais macia e dourada clara; outros bem mais clara e com apenas um leve dourado nos cimos dos cortes feitos.

Não, porque a qualidade dos ingredientes influencia diretamente o resultado. Assim, você pode usar uma farinha de trigo bem básica e o miolo não terminará tão branquinho quanto o esperado. Usava até recentemente a farinha Renata. Recentemente descobri que a Fleischmann está ensacando e comercializando uma farinha de trigo durum especialmente para pão. O resultado foi mais adequado. Passou a entrar na minha linha de produção sempre que a encontro. Quando não, a Renata reina absoluta. Os amantes da Dona Benta que me perdõem. O sal, também tem a sua contribuição: quanto mais puro, melhor o resultado final. O sal-nosso-de-cada-dia já contém tantas outras coisas além do que é retirado do mar que pode também influenciar. A água entre todos pode ser uma variável com enorme variação: quanto mais ácida pior o resultado; quanto mais pesada, pior o resultado. É... a água-nossa-de-cada-dia também tem outros componentes que não tinhas em outras épocas... Ultimamente tenho usado água de maçã...

Então, um trigo orgânico, de grão duro facilmente apresentará o desenvolvimento do glúten tão necessário à fermentação. O sal kosher (que aqui no Rio de Janeiro não existe porque eles usam o nosso sal grosso), a melhor água seria de uma fonte mineral não ácida... Eu tenho usado água de moringa. Deveria usar mineral mas a fonte que meu vô tinha já não mais nos pertence... Nem a que o “tio” Jorge nos dava para matar a sêde lá em Minas: secou!

E o ingrediente mais difícil: a paciência!

Você pode experimentar resultados fantásticos a medida que descobre as virtudes deste ingrediente. Com ele você pode esperar mais tempo pela fermentação, por exemplo. E isto pode te levar a descobrir as maravilhas da natureza. Ela pode te proporcionar resultados maravilhosos. É só ir em busca deles. Vá reduzindo aos poucos a quantidade de fermento e aumentando o tempo de fermentação, por exemplo. Experimente o processo de “biga” que consiste em fazer uma pré-fermentação com aproximadamente doze horas de antecedência. Depois o resto da massa, incorporando sabor e textura diferentes do processo de mistura direta, com todos os ingredientes.

Mais qualidade, mais sabor, textura diferenciada? Tente o processo de “esponja”.

Mais ainda? Misture os dois processos. Facilmente chegará a vinte e quatro horas de preparo do pão-nosso-de-cada-dia. Denso, sabor inigualável. Experiência de voltar no tempo. Da padaria do Campo da Botija. Meu registro ainda não igualado.

Ah, mas isso não é tudo: e o forno, cara-pálida? É.... ai mora uma questão que até podemos encontrar uma forma de driblar no nosso forno caseiro. Mas nada, absolutamente nada do que juntar todo este aprendizado e assar o pão num forno de lenha, dawueles de pizzaria, com a lenha no mesmo compartimento que o pão é assado.

Se você tem isso perto de casa, nem precisa aprender a fazer pão: ore pelo padeiro para que ele não mude seu processo. Mas se você compra pão em supermercado, oro eu por você... porque eu só preciso de um forno de lenha pra melhorar este menino aqui:

[clique sobre a imagem para ampliar]


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Vinte e quatro horas


Afinal, o que se precisa para fazer um bom pão? Um pão, digamos assim, quase perfeito. Um pão que nos remeta à infância já tão longe para alguns. Um pão com a crosta bem dourada, a massa macia e tão branca que poderia ter sido lavada com quele detergente em pó...

Paciência, acima de tudo. Vontade de sentir sabores perdidos no tempo. Tão difíceis de se achar ali nas esquinas de hoje porque o que se vende ali é tudo, menos pão. Nem assados, nem formados como deveria ser.

Alimento que remonta os primórdios dos tempos. Um dos pilares da Última Ceia e que ainda hoje é impossível não estar nas ceias caseiras por mais humildes que sejam.

Pão. Tão simples e tão difícil de chegarmos até ele.

Simples porque bastam farinha, fermento, sal e água, em sua receita mais básicas. Simples pela sua fórmulação: considere a farinha como 100%. O fermento, se usado o biológico seco, algo 10%. O sal, 2% e a água, aproximadamente 54%. Pronto, você coloca quanto quiser de farinha e o resto passa a ser consequência.

Mas é isto? É claro que sim. E claro que não...

Sim, porque se você seguir esta formulação, e mais 10 minutos de trabalho com a massa, chegará a um pão. E certamente melhor do que o vendido em muitas padarias que você conhece.

Não, porque MUITAS variáveis podem influir no resultado final. Isto depende apenas do teu grau de exigência. Pode ser que queiras uma casca mais dura e mais escura; outros mais macia e dourada clara; outros bem mais clara e com apenas um leve dourado nos cimos dos cortes feitos.

Não, porque a qualidade dos ingredientes influencia diretamente o resultado. Assim, você pode usar uma farinha de trigo bem básica e o miolo não terminará tão branquinho quanto o esperado. Usava até recentemente a farinha Renata. Recentemente descobri que a Fleischmann está ensacando e comercializando uma farinha de trigo durum especialmente para pão. O resultado foi mais adequado. Passou a entrar na minha linha de produção sempre que a encontro. Quando não, a Renata reina absoluta. Os amantes da Dona Benta que me perdõem. O sal, também tem a sua contribuição: quanto mais puro, melhor o resultado final. O sal-nosso-de-cada-dia já contém tantas outras coisas além do que é retirado do mar que pode também influenciar. A água entre todos pode ser uma variável com enorme variação: quanto mais ácida pior o resultado; quanto mais pesada, pior o resultado. É... a água-nossa-de-cada-dia também tem outros componentes que não tinhas em outras épocas... Ultimamente tenho usado água de maçã...

Então, um trigo orgânico, de grão duro facilmente apresentará o desenvolvimento do glúten tão necessário à fermentação. O sal kosher (que aqui no Rio de Janeiro não existe porque eles usam o nosso sal grosso), a melhor água seria de uma fonte mineral não ácida... Eu tenho usado água de moringa. Deveria usar mineral mas a fonte que meu vô tinha já não mais nos pertence... Nem a que o “tio” Jorge nos dava para matar a sêde lá em Minas: secou!

E o ingrediente mais difícil: a paciência!

Você pode experimentar resultados fantásticos a medida que descobre as virtudes deste ingrediente. Com ele você pode esperar mais tempo pela fermentação, por exemplo. E isto pode te levar a descobrir as maravilhas da natureza. Ela pode te proporcionar resultados maravilhosos. É só ir em busca deles. Vá reduzindo aos poucos a quantidade de fermento e aumentando o tempo de fermentação, por exemplo. Experimente o processo de “biga” que consiste em fazer uma pré-fermentação com aproximadamente doze horas de antecedência. Depois o resto da massa, incorporando sabor e textura diferentes do processo de mistura direta, com todos os ingredientes.

Mais qualidade, mais sabor, textura diferenciada? Tente o processo de “esponja”.

Mais ainda? Misture os dois processos. Facilmente chegará a vinte e quatro horas de preparo do pão-nosso-de-cada-dia. Denso, sabor inigualável. Experiência de voltar no tempo. Da padaria do Campo da Botija. Meu registro ainda não igualado.

Ah, mas isso não é tudo: e o forno, cara-pálida? É.... ai mora uma questão que até podemos encontrar uma forma de driblar no nosso forno caseiro. Mas nada, absolutamente nada do que juntar todo este aprendizado e assar o pão num forno de lenha, dawueles de pizzaria, com a lenha no mesmo compartimento que o pão é assado.

Se você tem isso perto de casa, nem precisa aprender a fazer pão: ore pelo padeiro para que ele não mude seu processo. Mas se você compra pão em supermercado, oro eu por você... porque eu só preciso de um forno de lenha pra melhorar este menino aqui:

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Já é natal...


Tenho estado sumido daqui por alguns bons motivos.

Primeiro, estava acompanhando jovens num programa de "clínicas esportivas" desenvolvidas pelo Comitê Olímpico Brasileiro tendo em vista estimular os jovens de comunidades carentes a desenvolverem esporte.

Foi uma semana de programação intensa no Parque Aquático Municipal Maria Lenk.

Bem, agora começa a fase de "pensar natal". É o momento de imersão para a criação de minhas alternativas para a Ceia de Natal.

Este ano não vou fazer panetones. Deixo isto por conta de quem se especializou... Eu vou procurar outro "pão" para oferecer.

Enfim, me aguardem!

Não sumam porque o próximo post não terá email avisando...



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Já é natal...


Tenho estado sumido daqui por alguns bons motivos.

Primeiro, estava acompanhando jovens num programa de "clínicas esportivas" desenvolvidas pelo Comitê Olímpico Brasileiro tendo em vista estimular os jovens de comunidades carentes a desenvolverem esporte.

Foi uma semana de programação intensa no Parque Aquático Municipal Maria Lenk.

Bem, agora começa a fase de "pensar natal". É o momento de imersão para a criação de minhas alternativas para a Ceia de Natal.

Este ano não vou fazer panetones. Deixo isto por conta de quem se especializou... Eu vou procurar outro "pão" para oferecer.

Enfim, me aguardem!

Não sumam porque o próximo post não terá email avisando...



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sábado, 4 de outubro de 2008

Comidinha para crianças


Devo confessar que só há bem pouco tempo consegui vencer a barreira que tinha com o inhame. Não comia e nem provava dele. Muitos tentaram me dizer sobre o quão bom ele era para nosso organismo.

Não havia como comer.

Um dia, vi um cozinheiro descascando um panelão deles que viraria uma sopa para algumas pessoas com processo de doenças mentais. Aquilo mexeu com minha cabeça. Queria buscar uma forma diferente de fazer aquilo mesmo: acrescentar sabor, textura, sei lá exatamente o que se passava na minha cabeça. Ficou ali, inquietamente se remexendo por algum tempo. Também eu não fazia nada...

Comecei minhas pesquisas assim meio que sem vontade de encontrar a solução. Parecia perdido. Até porque a resistência em comê-lo continuava bem forte dentro de mim.

Eis que a vida me colocou outra vez diante da necessidade de encontrar a solução...

Comecei brincando na mistura dele com a batata doce: visualmente se integravam. O sabor doce da batata ajudava a dissimular um pouco as barreiras que eu encontrava. Mas eu não queria um resultado final molengo, escorregadio, cheio de brilho.

Pedi às meninas que cuidavam da comida das crianças para fazer um purê de inhame com batata doce. Metade do peso de uma e metade de outra. Deixei elas produzirem conforme sabiam. Afinal, uma delas dizia que adorava fazer inhame cozido, sopa de inhame e outras preparações. Deixei ela sozinha. Eu queria aprender, buscar novas formas. Quem sabe esta seria a oportunidade?

Não ficou exatamente como eu imaginei. Eu consegui comer e até gostar. Queria mais dele; sabia que poderia obter outro resultado mais próximo do que imaginava. Mas o melhor ainda estava para vir naquele dia. A mãe de uma das crianças chegou para mim e disse: "Que dia maravilhoso você me deu! Como? O que eu fiz? O purê! Minha menina não estava comendo direito já faz uma semana. Nada que ofereço ela come. Só belisca! E o purê ela não só comeu tudo como pediu para repetir!..."

A responsabilidade aumentava em relação à solução.

Em casa, resolvi dar uma mexida. Buscar uma outra textura. Compor um trio com elementos da terra talvez fosse um caminho. Assim, coloquei a batata-nossa-de-cada-dia. Um terço de cada uma delas. Tubérculos. Terra. Saúde!

Cozidos no vapor com casca. Descascados e passados em peneira fina (duas vezes para melhor homogeneizar. Voltou à panela com manteiga sem sal. Batido vigorosamente para que entrasse ar e tornasse a textura mais aerada. O resultado foi de suavidade. Dava para perceber os sabores doce e do inhame. A batata entrava apenas como facilitador da massa. Sal verificado. Cremosa estava.

Um sassame (aquele pedaço do peito de frango que os japoneses separaram do peito, grelhado com um tantinho de azeite e a mesma porção de manteiga.

Assim arrumado, uma brincadeirinha com fleur de sel e um galhinho de tomilho.

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Comidinha para crianças


Devo confessar que só há bem pouco tempo consegui vencer a barreira que tinha com o inhame. Não comia e nem provava dele. Muitos tentaram me dizer sobre o quão bom ele era para nosso organismo.

Não havia como comer.

Um dia, vi um cozinheiro descascando um panelão deles que viraria uma sopa para algumas pessoas com processo de doenças mentais. Aquilo mexeu com minha cabeça. Queria buscar uma forma diferente de fazer aquilo mesmo: acrescentar sabor, textura, sei lá exatamente o que se passava na minha cabeça. Ficou ali, inquietamente se remexendo por algum tempo. Também eu não fazia nada...

Comecei minhas pesquisas assim meio que sem vontade de encontrar a solução. Parecia perdido. Até porque a resistência em comê-lo continuava bem forte dentro de mim.

Eis que a vida me colocou outra vez diante da necessidade de encontrar a solução...

Comecei brincando na mistura dele com a batata doce: visualmente se integravam. O sabor doce da batata ajudava a dissimular um pouco as barreiras que eu encontrava. Mas eu não queria um resultado final molengo, escorregadio, cheio de brilho.

Pedi às meninas que cuidavam da comida das crianças para fazer um purê de inhame com batata doce. Metade do peso de uma e metade de outra. Deixei elas produzirem conforme sabiam. Afinal, uma delas dizia que adorava fazer inhame cozido, sopa de inhame e outras preparações. Deixei ela sozinha. Eu queria aprender, buscar novas formas. Quem sabe esta seria a oportunidade?

Não ficou exatamente como eu imaginei. Eu consegui comer e até gostar. Queria mais dele; sabia que poderia obter outro resultado mais próximo do que imaginava. Mas o melhor ainda estava para vir naquele dia. A mãe de uma das crianças chegou para mim e disse: "Que dia maravilhoso você me deu! Como? O que eu fiz? O purê! Minha menina não estava comendo direito já faz uma semana. Nada que ofereço ela come. Só belisca! E o purê ela não só comeu tudo como pediu para repetir!..."

A responsabilidade aumentava em relação à solução.

Em casa, resolvi dar uma mexida. Buscar uma outra textura. Compor um trio com elementos da terra talvez fosse um caminho. Assim, coloquei a batata-nossa-de-cada-dia. Um terço de cada uma delas. Tubérculos. Terra. Saúde!

Cozidos no vapor com casca. Descascados e passados em peneira fina (duas vezes para melhor homogeneizar. Voltou à panela com manteiga sem sal. Batido vigorosamente para que entrasse ar e tornasse a textura mais aerada. O resultado foi de suavidade. Dava para perceber os sabores doce e do inhame. A batata entrava apenas como facilitador da massa. Sal verificado. Cremosa estava.

Um sassame (aquele pedaço do peito de frango que os japoneses separaram do peito, grelhado com um tantinho de azeite e a mesma porção de manteiga.

Assim arrumado, uma brincadeirinha com fleur de sel e um galhinho de tomilho.

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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Uma brincadeira


Foi o que fiz, relembrando (sempre) uma experiência maravilhosa que tive na cozinha de um bolivariano do coração que aprendi a respeitar.

Na cozinha dele aprendi que em tempos de friozinho de noite, uma sopinha ajuda a esquentar o papo na mesa antes do jantar ser servido. A cada dia rolava uma brincadeira diferente.

E, aqui, usei uma dela: o pózinho de bacon.

É preciso um pouco de paciência, para os perfeccionistas: o bacon precisa ser cortado em pequenos cubos. Ai ele vai para uma frigideira, sempre mexendo para que todos possam estar dourados ao mesmo ponto.

Quando chega o momento, coloca-se numa peneira, para escorrer o quanto ainda ficou de gordura. Depois de bem sequinho, ele usava. Eu, mais maníaco ainda, coloco numa tábua de cortes e lá vou com minha faquinha picando mais até que vire uma farofinha.

A sopinha, uma tradicional, feita com ervilhas secas que todo cozinheiro sabe fazer. Ou deveria...

Depois de cozida, passo na peneira duas, três vezes, para homogeneizar. Volta ao fogo com um fio de azeite da melhor qualidade, umas duas ou três voltas no moinho e um tantinho de manteiga para acrescenter untuosidade.

No mais, escolha o palco da sua graça: eu escolhi esse copinho.


[clique sobre a imagem para ampliar]


Você pode dar um "toque" a mais nessa brincadeira: coloque dois "grissinis" no prato de servir. Assim é possível molhar o rissini e saborear enquanto o papo vai rolando...


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Uma brincadeira


Foi o que fiz, relembrando (sempre) uma experiência maravilhosa que tive na cozinha de um bolivariano do coração que aprendi a respeitar.

Na cozinha dele aprendi que em tempos de friozinho de noite, uma sopinha ajuda a esquentar o papo na mesa antes do jantar ser servido. A cada dia rolava uma brincadeira diferente.

E, aqui, usei uma dela: o pózinho de bacon.

É preciso um pouco de paciência, para os perfeccionistas: o bacon precisa ser cortado em pequenos cubos. Ai ele vai para uma frigideira, sempre mexendo para que todos possam estar dourados ao mesmo ponto.

Quando chega o momento, coloca-se numa peneira, para escorrer o quanto ainda ficou de gordura. Depois de bem sequinho, ele usava. Eu, mais maníaco ainda, coloco numa tábua de cortes e lá vou com minha faquinha picando mais até que vire uma farofinha.

A sopinha, uma tradicional, feita com ervilhas secas que todo cozinheiro sabe fazer. Ou deveria...

Depois de cozida, passo na peneira duas, três vezes, para homogeneizar. Volta ao fogo com um fio de azeite da melhor qualidade, umas duas ou três voltas no moinho e um tantinho de manteiga para acrescenter untuosidade.

No mais, escolha o palco da sua graça: eu escolhi esse copinho.


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