Uma simples banana pode muita coisa.Até é uma pseudobaga e o quarto alimento mais produzido no mundo. Mas muita gente olha pra ela de banda...
Com ela se produz muita coisa: desde os enfeites dos chapéus de Carmem Miranda até alimentos cheios de potássio: as bananas passas.
Mas, com bananas também se produz sabedoria como a do tempo certo da vida... A podre significa uma vida que passou e não foi aproveitada no momento certo; uma verde, a vida que ainda não aconteceu: é preciso esperar o tempo certo; a madura significa o momento presente, o momento que é preciso vivê-lo! Sem medos.
Assim estava eu mais um dia desses. Ora aqui na web atualizando informações e conhecimentos, lendo blogs, até que chegou a hora do almoço. Sozinho, sem muita inspiração comi uma saladinha assim meio de improviso: rúcula, cenoura ralada, parmesão também. O lançamento da YOKI baseado em soja "molhou" o caminho dela. Gostei bem. É o "Mais Vita".
Ai, acabou. Ficou uma sensação de "falta alguma coisa", sabe como é? A cabeça começou a imaginar o que poderia completar. Afinal a vontade de "doce" era grande. Mas não posso ir em frente assim. É preciso controlar o açúcar. É preciso controlar o corpo queando ele pede pois senão vou além da conta.
Ai, olhando o cantinho das frutas percebi bananas. Maduras. Amarelinhas. Orgânicas do meu fornecedor predileto. Doces pela própria natureza. Sabor intenso. Deliciosas.
Mas não as queria puras. Queria alguma coisa mais. Mas sem açúcar. Queria apenas elas. Realçar o sabor, modificar a textura talvez.
Então foi pegar uma delas. A mais retinha das que estavam no cesto de palha. Fiz um strip nela. Peladinha, envergonhada, mostrando todo o seu puro e inocente corpinho. Sua pele branquinha...
Uma faquinha cortou fatias transversais. Não imaginei cortar ela dos pés à cabeça. Ou vice-versa. Aqueci uma frigideira. Uma colherzinha de café de manteiga e outra de meu transmontano azeite. Calmamente as fatias foram depositadas sobre o calor daquelas gorduras. Fogo baixinho. Não queria aquecê-los muito.
O perfume subiu. Olhava vez por outra a superfície em contato com o calor. Não queria além de "avivar" o amarelo do interior. Quebrar as estruturas e modificar a textura. Só isso. Simples assim.
Virada, o outro lado mereceu o mesmo carinho. Retirei do fogo. Usando uma superfície de trabalho, fiz um rolinho com elas. Duas, delas. Agarradinhas. Unidas pela essência. Até parecia um certo quiabo...
Colocada de pé, ao centro do prato, achei por bem colocar um verdinho. Bem brasileirinha iria ficar. Fui na hortinha e clap, a tesourinha retirou as folhas ainda em gestação de um rabanete... E lá foram elas enfeitar a bananinha.
E, pra não ficar assim, simples demais e compor o terceiro elemento, uma chuvinha de cristais de baunilha. Presente da minha fada madrinha e sua assistente belga. Coisa nunca visto e imaginado. Mas agora, sentido.
