segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Who Let the Dogs Out?


Enquanto tomava banho para ir ao encontro de uma amiga que tem um Gold Retriever, comecei a pensar nos cachorros da minha vida.

Quando menino conheci o Rolf, que habitava a casa de meu vô Chico Pinto e era o senhor do amplo terreno onde podia fazer suas aventuras e ainda assim tomava conta das galinhas, patos, cabras, cabritos e porcos que também dividiam o espaço com ele.
Só quem o encarava era o bode, que também mandava nas cabritinhas e na cabra que nos fornecia um maravilhoso leite que já até falei aqui que minha vó Georgina gostava de nos dar na boca, direto de suas tetas (da cabra).

Mais tarde, o Bolero, que frequentava o estreito corredor e o pequeno quintal de uma das casas onde morei. Era um vira-lata preto que não dava mole para estranhos. Os que tentaram, logo se arrependeram.

Mais para a frente da vida conheci outros cujos nomes foram ficando por conta do esquecimento.

Em Minas, o caseiro do "tio" Jorge tinha uns vira-latinhas, pequenos e magrelas, que o acompanhavam por todos os lugares por onde ele andava: desde a lida no campo até às buscas por um tatu para alegrar a festa que a gente fazia todas as vezes que íamos até lá. Hoje já estão fazendo companhia a ele numa das nuvens do céu.

Recentemente um Pug tomou conta de minha vida. Pouco tempo, mas muito intenso. Preparava quinzenalmente sua comidinha do dia a dia.

Era uma plena dedicação. A rotina começava em ir ao hortifruti comprar os legumes e verduras mais fresquinhos e mais tenros que encontrava. Depois, no açougue comprava a carne de gado (era a única que podia comer). Tudo era preparado com carinho e esmero como se fosse para um banquete. Os cortes variavam a cada semana como uma forma de estimular a sua mastigação e não ficar a mesmice semelhante à das rações.
Enfim, foi para o Oriente Médio. Agora, vivendo entre árabes acompoanho suas notícias e vida diferentes através da internet. Enfim, é a vida: encontros e desencontros.

Acabei meu banho e fui encontrar a dona do Frederico. Ela por três dias reinava absoluta numa barraquinha de cachorro quente! Logo que subi a rampa do MAM em busca do segundo andar pude notar a simplicidade da marca (uma de suas marcantes características) ali, bem na direção dos que chegavam. Estratégia ou acaso? Fiquei sem esta resposta, mas o sorriso que já conheço respostas me indicou que foi estratégia.

Ela ainda não havia chegado e aproveitei para conhecer o território. Diferentemente dos outros anos em que montei plantão para atualizar a todos que me liam do que se passara, este ano, ao ver a programação do Circuito Rio de Gastronomia, desisti.

Mas ontem, enquanto passava o tempo resolvi assistir a uma "aula". Perdoe-me o profissional, mas desisti diante da diversidade de sabores que ele misturou...

Ai fui comer o sudDOG, em um formato diferente do que conhecia... Um formato "início da vida melhorado com o dedo do avanço tecnológico": tinha um papel de seda todo monogramado. Lindo! Diferente! Sutil!

Sobre uma telha de papel triplex (seria mesmo?) deitado explendidamente a barquinha de pão francês perfeito em casca crocante. Dentro dele repousava uma húngara despida em sua jovial plenitude apenas coberta por uma farta cobertura suíça. E, se isto só não bastasse, potinhos de mostarda "ancienne" estavam ali para os mais ousados fazê-la debruças sobre o queijo. Simples assim podia ser harmonizado com uma Bohemia Pilsen. Chic assim...

Que me perdoem os amados viralatas mas um Gold Retriever tem seu alto valor por estas coisas...

E, depois de um maravilhoso abraço, acordei!


F A C I L I D A D E S

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6 comentários:

Anônimo disse...

"ansiene" = ancienne

s'il vous plait!

eu

Carlos Alberto de Lima disse...

Obrigado, anônimo.

Iaiá disse...

Eu a-d-o-r-o esse seu jeito Lobato de escrever. É mágico, "mergulhador".

Parabéns!

beijos

Unknown disse...

e teve tb o Lock (ou Loque mesmo!) e o Duque todos viralata "puro sangue"!!!

Unknown disse...

vira latas

Fatima Dias disse...

Quem nunca teve um viralata na infância!!!!! A que saudade gostosa!!.
Beijos