domingo, 31 de agosto de 2008

Domingo murcho


Acordei no meio do maior silêncio que já pude ouvir daqui da minha casa. Lá fora, a chuvinha paulista insistia em molhar o chão. Um vento frio corria por entre os prédios que ainda me deixar ver um pouco do restou de uma reserva de mata na serra do Grajaú.

Um verde diferente, lá longe, no meio do cinza e das outras nao tão nítidas cores.

Aproveitei o sono dos outros para ir para a cozinha: silencio, friozinho e toda a paz do mundo.

O laboratório serviu para testar algumas formas de se fazer os ma'amouls que tanto amo e não consigo fazer... Ninguém me dá o pulo do gato. Mas vou prosseguir nos meus estudos. E juro que nesse dia, conto pra todo mundo... Sem revolta. Apenas pelo prazer de dividir uma delícia que um dia provei no meio da Saara carioca... A justa proporção entre semolina, açúcar e ghee tem me tirado do sério. Mas já fiz progressos. E regressos, também, como convém a toda e qualquer pesquisa.

Enquanto isso não dá certo voltei aos pães. No dia 24, visitando o blog do Kats, um pão rústico napoletano, me chamou aos brios: tá na hora de voltar às massas...

E hoje aqui está o primeiro resultado desta aventura.

[clique sobre a imagem para ampliar]


Comecei fazendo uma esponja (1 xícara de trigo + 1 colher de café de fermento seco + 1 xícara de água de moringa). Mexidinho ficou ali, trancadinho na vasilha com filme plástico e um pano de prato pra dar um calorzinho básico... Uma hora? Por ai.

Depois, coloquei na batedeira: 2 xícaras de trigo, 1 colher de café de fermento seco, 2 colheres de sobremesa de azeite extravirgem (italiano como convém), 1 colher de sobremesa, rasa, de sal, 1/2 colher de sobremesa, rasa, de açúcar e água de moringa para o "ponto".

Juntei esses ingredientes com a esponja e bati, lentamente por dez minutos ao som da versão longa das premiações com medalha de ouro do PAN 2007.

Coloquei ela devidamente acondicionada numa tigela untada com azeite e passei filme nela, quietinha no canto escuro do meu laboratório, coberta por um cobertor. Duas horas foi suficiente para ela estufar o filme como uma abóboda de uma pomposa igreja romana.

Devidamente "abaixada" lentamente com os punhos cerrados, foi dividida em 3 porções numa superfície de trabalho enfarinhada.

Abri em "lençol" o primeiro pedaço. Sobre ele coloquei finas rodelas de uma linguiça calabresa. Fiz um rocambole e reservei. Abri o segundo lençol, coloquei as fatias de linguiça e continuei o rolo. Repeti com o terceiro pedaço e finalizei o grande bolo de rolo napolitano.

Um pequeno ajuste e afinamento para permitir um maior tamanho de modo que pudesse, se não fechar o círculo da forma de furo no meio, chegasse mais próximo disso. Claro que não deu!!!!

Até achei melhor, quer saber?

Novamente para o canto escuro para o segundo crescimento. Pequenos cortes para o respiro e forno!

Agora, uma hora e meia depois já posso saber no que deu... Delícia!!!!

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2 comentários:

Adriana disse...

Olha!! é dificil não se deliciar por aqui!!Boa semana!!

Anônimo disse...

se num domingo murcho nasce isso, o que nascerá num domingo ensolarado?